A Prefeitura do Rio pede uma indenização de pelo menos R$ 10 milhões na ação civil pública movida contra a Light devido às falhas no fornecimento de energia na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, e em outras regiões da cidade ao longo dos últimos meses.
O documento pede que a luz seja restabelecida em todos os pontos ainda sem energia, sob pena de multa diária de até R$ 200 mil.
Na petição, o município lembra que o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, já chegou a ser impactado pelas faltas de luz, provocando até o cancelamento de voos.
Dona de uma padaria no bairro Bancários, Andreza Soares conta que o prejuízo já passa de 15 mil reais. Além dos clientes perdidos, uma máquina de refrescos e um freezer pararam de funcionar.
A Secretaria Municipal de Saúde classifica como crítica a situação das unidades da região devido às instabilidades na rede. Na tarde de segunda-feira (22), o abastecimento de energia do Hospital Municipal Evandro Freire, que vinha oscilando nos últimos dias, foi totalmente interrompido e a unidade funcionou apenas com geradores próprios.
Como o tomógrafo demanda muita energia, ele precisou ser desligado para evitar danos no equipamento e não impactar outros serviços. Enquanto o tomógrafo estiver inoperante, casos de urgência e emergência que necessitam de tomografia vão ser transferidos para outras unidades.
Nora de uma paciente de 71 anos que foi internada com fortes dores no abdômen, Elaine Almeida conta que a família ainda não sabe qual é o diagnóstico, já que o exame ainda não foi realizado.
O fornecimento no hospital, na maternidade Paulino Werneck e no Centro Municipal de Saúde de Paquetá foi normalizado nesta terça-feira (23).
Enquanto moradores enfrentam a falta de luz, equipes trabalham na substituição da rede de energia que abastece a ilha. Mas o ouvinte Márcio André reclama que, nesta terça-feira (23), os agentes deixaram resíduos no meio na Estrada do Galeão, que furaram os pneus de diversos carros.
Em nota, a Light disse que equipes atuam 24 horas para normalizar o fornecimento. A promessa é que até a primeira semana de agosto os agentes finalizem o conserto de uma das linhas de transmissão. Já as obras para substituição da rede só devem terminar no ano que vem.