Prefeitura vai criar emergência provisória no Hospital do Andaraí

O espaço deve funcionar de janeiro a dezembro de 2025

Por Gabriela Morgado

Prefeitura vai criar emergência provisória no Hospital do Andaraí
A emergência vai ser gerida pela Organização Social Viva Rio
Reprodução

A emergência do Hospital do Andaraí, na Zona Norte do Rio, deve ser reinaugurada em janeiro de 2026. De janeiro a dezembro de 2025, o setor deve funcionar parcialmente em um local provisório da unidade. Os prazos foram dados pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, após a Prefeitura assumir a gestão do hospital do Andaraí e do Cardoso Fontes, na Zona Oeste da cidade. 
 
A obra da emergência do Andaraí está pendente desde 2010, quando o prédio foi destruído. O espaço onde ficava está hoje tomado por mato. 
 
A emergência vai ser gerida pela Organização Social Viva Rio. O contrato já foi assinado. Já os outros serviços, no prédio principal do hospital, vão ser administrados pela RioSaúde, empresa municipal. 
 
Também até janeiro de 2025, mais 80 leitos de CTI devem ser reabertos na unidade. Hoje, só 10 estão em funcionamento. 50 vão funcionar no 10º andar, onde costumava ficar a maternidade, que não vai mais existir. Os outros 30 vão ser reabertos no segundo andar, onde já funcionam os leitos de CTI atualmente. 
 
A maior parte dos leitos está fechada por falta de profissionais. Por isso, serão abertos dois processos seletivos, além da contratação de pessoal pela Viva Rio. Também deve haver o remanejamento de servidores da rede para o hospital. 
 
A previsão é que até o primeiro semestre de 2026, mais 146 leitos sejam abertos e 800 trabalhadores sejam contratados na unidade. Hoje, mais de 70% dos profissionais do hospital são temporários ou terceirizados. 
 
Atualmente, há ainda funcionários terceirizados que estão sem receber. Segundo Daniel Soranz, esses profissionais vão passar a ser servidores da RioSaúde em janeiro, recebendo os valores devidos pelo Município. Nos três meses seguintes, eles vão ter a atuação analisada.)
 
Nesta segunda-feira (9), o prefeito Eduardo Paes e o secretário Daniel Soranz voltaram a visitar a unidade. Segundo o prefeito, o hospital deve estar funcionando plenamente em um ano. Ainda segundo Paes, por enquanto, não há negociação para que o Município assuma outras unidades federais. 
 
O setor de radioterapia, já reformado, também vai receber profissionais para que seja reaberto entre o final de janeiro e o início de fevereiro. Segundo o secretário Daniel Soranz, hoje, o estado do Rio é o com o maior tempo de espera para o tratamento. 
 
A cozinha da unidade, fechada há 15 anos, vai ser reformada. Hoje, a comida tem que ser transportada em quentinhas até a unidade, um gasto de R$ 1,5 milhão por mês. O local está com fios soltos, materiais enferrujados, paredes descascando e blocos de concreto no chão, assim como várias salas da unidade. 
 
Até outubro, todos os andares do hospital devem ser reabertos, como parte do setor de tratamento de queimados, que hoje está desativada. 
 
Juntos, os hospitais do Andaraí e Cardoso Fontes têm 1/3 dos leitos federais fechados no Rio de Janeiro. Mais de 420 serão reabertos. Os dois operam com menos de 40% da capacidade. Daniel Soranz ressalta que as mudanças são importantes para diminuir as filas para procedimentos e internações de alta complexidade. 
 
Já no Hospital Cardoso Fontes, dos 250 leitos disponíveis, só 111 estão funcionando. A meta é de criação de mais 68 leitos e de 600 trabalhadores contratados. 
 
Na unidade, a cozinha e o CTI pediátrico, que está fechado por falta de profissionais, vão ser transferidos de local. Segundo Soranz, o CTI tem problemas apontados pela Vigilância Sanitária, e o prédio da enfermaria pediátrica não tem banheiros, nem pias. Por causa da complexidade das ações, não há previsão para a conclusão dos trabalhos. 
 
Em parte do Cardoso Fontes, deve atuar a Organização Social SPDM. 
 
Para manter os dois hospitais, o Município do Rio vai receber R$ 610 milhões anualmente, sempre com reajuste, além duas parcelas de R$ 150 milhões cada até 2025. 

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