A movimentação de alunos foi pequena no primeiro dia de greve dos professores da rede estadual na Zona Sul e no Centro do Rio. Em unidades de Laranjeiras, por exemplo, a adesão chegou a 90%. Já na Baixada Fluminense, o porcentual de docentes que entraram em greve ficou em cerca de 40%. As informações são do sindicato da categoria. Já Secretaria de Estado de Educação sustenta que 96% dos professores da rede trabalharam normalmente nesta quarta-feira (17).
Segundo a categoria, o Rio é o estado que paga o pior salário aos educadores. Enquanto o piso nacional é de R$ 4.420, o professor de uma escola estadual recebe R$ 1.588 como vencimento base para 18 horas semanais. Já outros funcionários, como serventes e inspetores, recebem menos que o salário mínimo: R$ 802.
Além disso, os profissionais da Educação do Rio afirmam que o aumento, dado através de abono, traz prejuízos ao cálculo previdenciário, já que para a aposentadoria, é considerado apenas o salário base. A coordenadora do Sepe, Dua Quiroga, também destaca que a medida compromete o plano de cargos e salários dos professores
A categoria afirma que, com isso, há perda salarial, já que os profissionais deixam de receber os 12% de reajuste, a cada mudança de nível. Também coordenadora do Sindicato, a professora Helenita Bezerra fala da necessidade de realização de novos concursos públicos
A Secretaria de Estado de Educação informou que atender essas reinvindicações afetaria ao plano de recuperação fiscal do estado. Para que o Rio se mantenha no acordo e, com isso, permaneça desobrigado ao pagamento da dívida com a União, é preciso que os gastos estejam sob controle, respeitando a capacidade de arrecadação por meio de tributos.
Ainda sobre a paralisação, a nota da pasta acrescenta que o Governo respeita a decisão de greve dos profissionais, mas que cabe a Justiça verificar a legalidade do movimento.
Para o orçamento deste ano, o governo prevê redução de 1,5% em investimentos na Educação.
Atualmente, cerca de 700 mil alunos estão matriculados em toda a rede.