Prestadoras de serviço alimentício perdem cerca de 330 mil funcionários

Setor sofreu a maior queda no número de pessoas ocupadas entre 2019 e 2020

Priscila Xavier

Pesquisa analisa dados de 2019 e 2020 Tomaz Silva/Agência Brasil
Pesquisa analisa dados de 2019 e 2020
Tomaz Silva/Agência Brasil

As empresas prestadoras de serviços alimentícios perderam cerca de 330 mil funcionários na passagem de 2019 para 2020 impactadas pela pandemia de covid-19. O setor sofreu a maior queda no número de pessoas ocupadas no período. Em números proporcionais o maior recuo foi no setor de turismo. Agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços na área tiveram redução de 28,4%, cerca de 23 mil empregados.

Na contramão, a atividade de Seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra registrou um aumento de mais de 143 mil pessoas ocupadas, um crescimento de 22,2%. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços de 2020, divulgada nesta quarta-feira (24) pelo IBGE. O levantamento busca identificar mudanças estruturais ao longo dos últimos dez anos, mas por conta do período atípico o Instituto realizou, de forma excepcional, comparações com o ano de 2019.

No setor de serviços a queda observada foi de 1,1%. O número de pessoas ocupadas apresentou recuo de 2,4% com redução da remuneração de 40%. Em 2020, o setor de serviços tinha 1,4 milhão de empresas e empregava 12,5 milhões de pessoas. O Sudeste apresentou crescimento de 1,5 ponto porcentual em receita bruta, o que significa um aumento mais de 65% de participação no total do País. A Região Nordeste foi a que mais sofreu perdas nesse período em receita bruta de serviços.  

O estudo apontou que o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares ultrapassou o de transportes e serviços auxiliares de transportes e correios, se tornando a principal atividade em receita operacional, com quase 30% de participação.

O setor foi influenciado positivamente pelos serviços de escritório e apoio administrativo que conseguiram se adaptar ao home office e, por isso, não apresentaram perdas significativas. Com a necessidade de isolamento social, os transportes rodoviários e aéreos foram os mais impactados. A excessão foi o transporte de cargas, considerado um serviço essencial durante o período.  

Ainda de acordo com a pesquisa, em dez anos houve queda do salário mínimo médio mensal. Em 2011, eram 2,5 salários mínimos para serviços como todo. Já em 2020, a taxa caiu para 2,2. Nesse período, apenas o segmento Outras atividades de serviços apresentou aumento na remuneração, que cresceu de 3,1 para 3,4.

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