Prévia da inflação acelera 0,28% em agosto, puxada pela alta na energia elétrica

No mês anterior, o número tinha sido de 0,07%. No mesmo período de 2022, o índice foi de -0,73%

Por João Videira (sob supervisão)

Prévia da inflação acelera 0,28% em agosto, puxada pela alta na energia elétrica
Inflação acelera puxada pela alta na energia elétrica
Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) - considerado a prévia da inflação oficial do país - acelera 0,28% no mês de agosto, segundo o IBGE. No mês anterior, o número tinha sido de 0,07%. Na comparação com o mesmo período em 2022, a taxa apresentou deflação de 0,73%.  

O número de agosto foi mais alto do que esperavam os analistas do mercado financeiro, que estimavam o índice 0,16%.

De acordo com o IBGE, o principal impacto do resultado para o mês veio do setor de habitação, especialmente pela alta da energia elétrica. A aceleração vem do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que desonerou os consumidores nas contas de luz do mês anterior.

Fora o reajuste, tarifas de energia subiram em três capitais brasileiras: São Paulo (4,21%), Curitiba (9,68%) e Porto Alegre (5,44%).

Com o resultado, o IPCA-15 acumula 4,24% nos últimos 12 meses.  

Segundo a colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, a tendência do índice é terminar o ano mais próximo dos 5%.

“A tendência agora é a inflação ir acelerando e terminar o ano mais perto dos 5%. Com essa aceleração aumentando, ela vem mais forte”, diz.

Dos nove grupos pesquisados, sete registraram alta em agosto. A maior variação (1,08%) e o maior impacto (0,16%) vieram de habitação, por influência da taxa de água e esgoto (0,20%), decorrente de reajustes em concessionárias.

Por outro lado, houve queda no preço do gás encanado (-0,31%), sob influência de reduções tarifárias em Curitiba (0,77%) e Rio de Janeiro (-0,65%).

Moradora do Rio de Janeiro, a estudante Luiza Scorzelli afirma que o preço do aluguel ainda tem pesa em seu orçamento mensal.

“Apesar do preço do gás ter dado uma diminuída, o que complica mesmo no final do mês é a conta do aluguel", afirma.

Também apresentaram alta os grupos Saúde e cuidados pessoais (0,81%) e Educação (0,71%). No lado das quedas, o destaque ficou com Alimentação e bebidas (-0,65%, que contribuiu com -0,14%).

Regiões

Quanto aos índices regionais, somente uma área apresentou variações negativas em agosto. A cidade de Belo Horizonte (-0,18%) teve resultado influenciado pela queda de ônibus urbano (-20,91%). Já a maior variação foi em Fortaleza (0,73%), por conta da alta da gasolina (5,92%) e da energia elétrica residencial (3,23%).

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