Professores da rede municipal do Rio decidem encerrar greve na rede municipal do Rio

A medida foi tomada durante uma assembleia realizada nesta sexta-feira

Por Maria Eduarda Vieira

Professores da rede municipal do Rio decidem encerrar greve na rede municipal do Rio
A medida foi tomada durante uma assembleia realizada nesta sexta
Rio TV Câmara/Reprodução

Professores da rede municipal do Rio decidem encerrar a greve. A medida foi tomada durante uma assembleia realizada nesta sexta-feira (6) no Club Municipal, na Tijuca, na Zona Norte da cidade.  

Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, a categoria decidiu manter o estado de greve, isto é, os profissionais vão continuar mobilizados e de prontidão para retomar a paralisação, caso as negociações com a prefeitura não avancem. Eles entraram em greve no último dia 25 de novembro.

A assembleia foi feita um dia após o texto do Projeto de Lei Complementar, que sugere mudanças na carga horária dos professores, ser aprovado em segunda discussão, na Câmara dos Vereadores. O texto aguarda redação final e sanção do Prefeito do Rio Eduardo Paes.  

Na votação, o projeto foi aprovado com 31 votos favoráveis e 15 votos contrários. Das 47 emendas apresentadas, 8 foram incluídas no texto.  

Na mudança estão previstas alterações na contagem da carga horária dos professores que passa a ser medida em minutos. O projeto altera também o regime de férias. Os profissionais poderão parcelar o benefício em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias, e cada um dos demais não sendo inferior a cinco dias corridos.

O grupo argumenta que, com a alteração, os profissionais vão trabalhar mais tempo em sala de aula e, consequentemente, perder minutos de planejamento das classes.  

Durante agenda na manhã desta sexta, o prefeito afirmou que a medida enxuga gastos desnecessários. Paes também fez críticas ao Sindicato da categoria, classificando como disfuncional.  

E o que estava acontecendo era a gente estar gastando 400 bilhões de reais a mais por ano pra pagar por uma coisa que a gente já paga. Então o que a gente fez foi ajeitar essa carga horária, os professores contratados por 40 horas e não aumentou a carga horária. Vai continuar trabalhando 40 horas por semana. É disso que nós estamos falando. Foi isso que se aprovou ontem na Câmara Municipal. Não se tirou o direito de ninguém. Não se massacrou o professor. Infelizmente, a nossa categoria de professores é representada por um sindicato desses disfuncionais. O SEPE é um caso a parte dominado com o PSOL, o PSTU, o PCO, enfim, partidos muito à esquerda, muito radicais. Aí fica muito difícil qualquer diálogo ali.

O vice-prefeito eleito do município Eduardo Cavaliere também defendeu a mudança explicando que o projeto visa corrigir erros e não prejudicar os professores.  

Um projeto que corrige uma incongruência, uma inconsistência administrativa que aconteceu a partir de 2019 e que certamente aos poucos a gente entende que a categoria vai ver quando a vida voltar ao normal, a valorização continua, o respeito ao servidor continua e as aulas vão estar plenamente planejadas, organizadas para seguir avançando na ideia.

Na terça-feira (3), a proposta já havia sido aprovada em primeira discussão na Casa. Foram 31 votos a favor e 15 contrários. Antes do início da sessão, os professores fizeram vigília perto da Câmara e a Polícia Militar acompanhou as manifestações. Durante a tarde, segundo a Câmara, houve tumulto na entrada dos professores na Casa, que iriam acompanhar a sessão.

A PM disse que foi necessário o uso de armamento de menor potencial ofensivo para conter um tumulto e que a situação foi controlada. Foram usadas bombas de efeito moral e spray de pimenta. Imagens gravadas pelos professores mostram pessoas cobrindo o rosto e servidores com ferimentos leves.

Na semana passada, parte dos servidores invadiu o plenário e a sessão foi encerrada.

Questionado pela reportagem sobre a declaração do prefeito, o SEPE informou que o sindicato não possui interesses partidários ou políticos, e sim pelo trabalho dos professores.

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