
Os professores de Cabo Frio, na Região dos Lagos, entram em greve contra o parcelamento dos salários atrasados. O município é um dos cinco no estado que devem pagamentos a servidores ativos e inativos da educação.
A paralisação em Cabo Frio foi determinada no dia 9, em assembleia, e iniciada nesta quinta-feira (16). Na cidade, o prefeito, Dr. Serginho, decretou calamidade financeira. Segundo o município, a situação foi herdada da administração anterior.
O pagamento referente a dezembro vai ser parcelado em três vezes para quem recebe acima de R$ 2 mil. A primeira parcela já foi quitada na quarta-feira (15), segundo a Prefeitura, assim como o salário integral dos profissionais que recebem até R$ 2 mil. Para os demais servidores do município, os salários de dezembro serão pagos em 10 parcelas, sendo que a primeira também foi depositada.
O prefeito Dr. Serginho anunciou ainda que, em solidariedade, segundo ele, também iria parcelar o próprio salário.
Além de Cabo Frio, outras quatro cidades também sofrem com o problema: Rio Bonito, na Região Metropolitana, Teresópolis, na Região Serrana, e Seropédica e São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Em Teresópolis, onde o prefeito é Leonardo Vasconcellos, que decretou calamidade financeira, a paralisação dos professores pode acontecer, caso o pagamento do 13° salário e de um terço das férias dos professores ativos não seja feito. O professor Flavio Lopes conta que a Prefeitura, em reunião com a categoria, disse que, até dia 30, vai quitar a dívida das férias.
fala que tiveram reunião com prefeito e que, depois de ameaçar greve, ele deu prazo ate dia 30
Já em São João de Meriti, comandada por Leo Vieira e que também entrou em estado de calamidade financeira, aposentados e pensionistas estão sem o décimo terceiro, como conta Rosângela Rodrigues.
Das cinco cidades mencionadas, quatro tiveram troca no comando da prefeitura de 2024 para 2025. Só Seropédica reelegou um prefeito: Professor Lucas, que deve o salário de dezembro a categoria.
Na cidade de Rio Bonito, do prefeito Marcos Abrahão, alguns professores não receberam os meses de novembro e dezembro, além do décimo terceiro. O município também está em estado de calamidade financeira.
Marcel Gavazza, coordenador geral do Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio, ressalta que as brigas políticas acabam gerando sofrimento para os professores.
Helenita Beserra, uma das coordenadoras do SEPE-RJ, lembra que o problema impacta diretamente no trabalho prestado pelos funcionários dos Municípios.
Se você não tem um calendário de pagamento, como acontece em Duque de Caxias, você não tem como se organizar financeiramente. Se você todo mês recebe atrasado, como o caso de São João, o aposentado e o pensionista têm dificuldade de manter sua medicação, seu aluguel. Toda vez que qualquer governo desrespeita, ataca o servidor público, ele está atacando a população que é atendida por esse serviço. Isso dificulta, na ponta, que o trabalho seja bem feito e o atendimento à população seja bem realizado.
Além disso, os professores de Duque de Caxias, também na Baixada, denunciam que, desde 2017, não têm calendário de pagamento. Ou seja, os servidores não sabem quando vão receber. Até agora, não houve o pagamento das férias, que está previsto para fevereiro, mesmo com a lei que prevê que ele seja feito em até dois dias antes do início do recesso.
Para o advogado especialista em Direito Público Gilmar Brunízio, a falta de um calendário é ilegal.
Questionada sobre a falta do calendário, a Prefeitura de Caxias não respondeu.
A prefeitura de Cabo Frio disse que respeita o direito de manifestação e que o município enfrenta uma situação de calamidade herdada da administração anterior.
As outras cidades mencionadas não responderam.