Com queda nos Transportes, o Brasil registra volume negativo no setor de serviços em janeiro, atingindo -0,2%. Nos últimos três meses, a perda acumulada é de 1,1%, o que pode ser explicado pela alta margem de comparação, já que, em outubro do ano passado, o setor alcançou o ápice da série histórica (1,1%). 
 
Em janeiro, a variação negativa foi consequência, principalmente, da queda de 1,8% nos serviços de Transportes. Também houve recuo nos Serviços prestados às famílias, de 2,4%, especialmente de restaurantes e serviços de buffet, como explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. O terceiro recuo foi Serviços administrativos e complementares (-0,5%). 

A gente teve uma pressão negativa mais importante vinda do transporte dutoviário, que transporta por meio de dutos o óleo bruto do petróleo. Mas também pressões negativas vindas do transporte rodoviário coletivo de passageiros, do transporte aéreo de passageiros, do transporte ferroviário de carga e atividade de correio. O segundo impacto negativo no mês ficou com os Serviços prestados às famílias, recuando 2,4%, depois de acumular um ganho de 7% entre maio e dezembro do ano passado. Essa pressão negativa desse mês ocorre em função de uma menor receita vinda da atividade de restaurantes e de serviços de buffet.

Só o volume de transporte de passageiros caiu 7,6%, por causa da maior base de comparação do transporte aéreo registrada em dezembro de 2024 e da influência dos preços das passagens, que tiveram alta de 10,42%. 
 
O índice de atividades turísticas também mostrou redução de 6,4%, após avanço em dezembro. 
 
A comunicadora Amanda Martins conta que viajou em janeiro, mas teve que abrir mão de alguns serviços. 

Eu acabei viajando em janeiro, porque é o único mês que eu consigo tirar férias e eu acabei optando por uma viagem de só uma semana, mas foi um destino bem mais próximo, bem mais barato do que eu queria. E fiz uma viagem de carro e tudo mais, com contenção de gastos. Realmente está tudo muito, muito, muito caro.

 Apesar disso, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a taxa de Serviços em janeiro foi positiva, de 1,6%, e, no acumulado dos últimos 12 meses, foi de 2,9%. 
 
O grupo de Informação e comunicação teve o maior avanço do mês, de 2,3%, impulsionado pelo crescimento dos serviços de tecnologia da informação, que vêm acumulando ganhos depois da pandemia.