Queda do preço do petróleo e corte de tributos adiam reajuste do diesel

As alíquotas do PIS e da Confins sobre o combustível, que chegavam ao patamar de R$ 0,11, foram zeradas na última quarta-feira (4), com a perda de validade de uma Medida Provisória

Por João Videira (sob supervisão)

Queda do preço do petróleo e corte de tributos adiam reajuste do diesel
O presidente da petroleira disse que estava analisando a possibilidade de reajuste
Reuters

A queda do preço do petróleo na última semana e o corte nos tributos federais sobre o diesel adiaram a possibilidade de um novo reajuste pela Petrobras no valor do combustível. As alíquotas do PIS e da Confins sobre o diesel e biodiesel, que chegavam ao patamar de R$ 0,11, foram zeradas na última quarta-feira (4), com a perda de validade de uma Medida Provisória que determinou o retorno parcial da cobrança em agosto.

O bom patamar do barril de referência do petróleo (Brent) na última semana, vendido abaixo dos US$ 85,00, ajuda ainda a Petrobras a postergar um eventual reajuste. Uma fonte da estatal disse à BandNews FM que os preços ainda estão "dentro do túnel", ou seja, ainda sem previsão para anúncio. Segundo ela, a empresa deve mudar de postura quando houver mudança nas vendas.

Na última semana, o presidente da petroleira, Jean Paul Prates, disse que estava analisando a possibilidade de reajuste.

PREÇO NAS BOMBAS

Ao deixar caducar a MP da tributação do óleo diesel, a expectativa do Governo é de barateamento nas bombas.

O levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) divulgado na sexta-feira passada (6), dois dias após a mudança nos impostos, mostrou que o diesel era comercializado, em média, a R$ 6,07 nos postos, recuando 0,49% frente à semana anterior. Já a gasolina era vendida, em média, a R$ 5,77, com recuo de 0,52%.

Ainda assim, o motorista Alan de Oliveira conta que não notou redução ao abastecer em um posto da Zona Sul do Rio.

Definitivamente não percebi essa desoneração. Fica bastante complicado com o diesel no preço que se encontra para a gente achar um meio termo entre questão de valor, cobrança e frete, afirma o motorista.

A BandNews FM questionou as principais distribuidoras líderes no mercado de combustíveis no País - Vibra, ex-BR, Ipiranga e Raízen - sobre os repasses aos consumidores. 

Em nota, a Vibra disse que fez os repasses da redução dos impostos para toda sua rede de postos e demais clientes, mas reforçou que a composição do preço do combustível sofre influência de outros fatores. 

A Raízen disse que não vai comentar.  A Ipiranga afirmou que pratica uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes, atendendo às normas setoriais. 

No final de setembro, a Rússia decidiu cortar parte das exportações de diesel. Analistas avaliam que o principal impacto sobre o país é a mudança na oferta das importações brasileiras.

O pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Adhemar Mineiro pontua que é preciso acompanhar agora a influência da medida no mercado internacional.

A interrupção da venda do diesel russo vai fazer uma pressão de preços no mercado internacional. Agora deve se levar em consideração que já havia um contingente comprado, que demora umas semanas para chegar até aqui, diz Adhemar Mineiro.

Na abertura do pregão na bolsa de Londres nesta segunda-feira (9), o petróleo do tipo Brent foi vendido a US$ 87,36.

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