Mesmo com suplementação financeira, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro não deve revogar o ato executivo que realizou cortes financeiros nas bolsas de assistência estudantil. No comunicado divulgado pela Reitoria, o repasse do Governo do Estado vai ser utilizado para garantir o regime de transição proposto aos estudantes.
A Reitoria ofereceu a concessão de auxílios no valor de R$ 400 mensais até dezembro, R$ 300 de auxílio transporte e tarifa zero nos restaurantes universitários ou auxílio alimentação de R$ 300 nos campi onde não existem os espaços.
Em julho, a Uerj reduziu o auxílio temporário oferecido aos alunos durante o período da pandemia de Covid-19. Até julho, a bolsa era concedida para quem recebia até um salário mínimo e meio. A partir deste mês, o auxílio passou a contemplar alunos com renda familiar bruta de até meio salário mínimo.
A medida não foi bem recebida pelos estudantes, que realizam uma ocupação nas salas da reitoria desde então. Nas últimas semanas, os manifestantes bloquearam também os acessos ao principal pavilhão do campus Maracanã, na Zona Norte do Rio. As aulas e atividades administrativas seguem suspensas. As negociações foram marcadas por protestos, agressões e discussões.
Na quarta-feira (28), o Governo do Rio anunciou um repasse de R$ 150 milhões em duas parcelas para que a universidade possa honrar os compromissos assumidos até o fim de 2024, como a manutenção das bolsas estudantis e dos serviços, finalizar obras estruturais e conseguir efetuar o pagamento dos terceirizados, entre outras atividades.
Além da verba, a Uerj vai receber R$ 9 milhões para construir o Restaurante Universitário no campus de São Gonçalo, na Região Metropolitana, e outros R$ 6 milhões para que as obras do campus de Vaz Lobo, na Zona Norte, sejam iniciadas. Os serviços estão atrasados desde março de 2022, quando a pedra fundamental das futuras instalações localizadas na Avenida Ministro Edgar Romero foi lançada.
Enquanto isso, alguns cursos já anunciaram a suspensão das atividades acadêmicas até esta sexta-feira (30), como a Faculdade de Comunicação Social, que fica no campus ocupado pelos estudantes.
