O Rio de Janeiro possui 1.455 crianças e adolescentes de 0 a 18 acolhidas em todo estado. O número é da nova edição do Censo da População Infantojuvenil Acolhida, divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Ministério Público estadual. Segundo o levantamento, 80% dos jovens são negros, sendo 35% de cor preta e 45% de cor parda.

De acordo com o estudo, que conta com dados referentes ao mês de junho do sistema Módulo Criança e Adolescente do órgão, o principal motivo para acolhimento é a negligência dos pais ou responsáveis. Ao todo, 526 foram acolhidas por essa razão. Já o segundo principal motivo apontado é o abandono, seguido de abusos físicos ou psicológicos.

O censo também mostrou que das 176 crianças e adolescentes aptas para adoção, apenas 12 estão na faixa etária entre 0 e 6. Do total, 28 acolhidos entre 7 e 11 anos podem ser adotados. Já dos 16 aos 18 anos incompletos, estão 70 adolescentes esperando por uma colocação em família substituta.
Na análise do coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do MPRJ, Rodrigo Medina, a pandemia pode ter tido influência nos números coletados.

Outro dado apontado pelo estudo é em relação ao tempo de acolhimento dos aptos à adoção: cerca 70% das crianças e adolescente acolhidas há mais de 1 ano e 6 meses. Ainda segundo o levantamento, 748 não recebem qualquer tipo de visita.

Realizados nos meses de junho e dezembro de cada ano, os censos são publicados na página do sistema. A cada semestre, são produzidos 93, sendo um estadual e 92 municipais.