Rio pode ganhar título mundial de Geoparque da Organização das Nações Unidas

Os trechos vão desde a Praia da Sacristia, em Maricá, até São Francisco de Itabapoana

Por Pilar Copolilo (sob supervisão)

Rio pode ganhar título mundial de Geoparque da Organização das Nações Unidas
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Ronald Pantoja/Divulgação

Dezesseis municípios do Rio podem ganhar o título mundial de Geoparque da Organização das Nações Unidas. Os trechos vão desde a Praia da Sacristia, em Maricá, na Região Metropolitana, até São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense.

Dois geólogos da Unesco estão no Rio de Janeiro para avaliar para analisar as condições, e conceder, ou não, o título ao conjunto de atrativos naturais e culturais da região.

O professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Daniel Santos, está participando das visitações e acompanhando o projeto. Ele destaca a importância das áreas naturais.

A gente tem uma série de evidências nas rochas, nos sedimentos, nas estruturas, enfim, que contam parte da história geológica do planeta. Então a gente tem aqui evidências, por exemplo, da formação do paleocontinente Gondwana, que depois veio formar o Pangeia. A gente tem evidências da quebra desse paleocontinente Gondwana e a abertura do Oceano Atlântico, momento de separação da América e da África. A gente tem outras ocorrências como rochas que nos ajudam a entender a evolução da vida no planeta. A gente tem evidências de variações no nível do mar ao longo dos últimos milhares de anos. Então, a importância dessas áreas, a priori, é a geologia. É os registros geológicos que ocorrem aqui que nos ajudam a entender a história, não só da região, mas do planeta como um todo.

A proposta para estabelecimento de um Geoparque na região está em discussão desde 2010. Daniel Santos destacou o que é necessário para alcançar a aprovação.

Tem que ter um processo de gestão dessas áreas que beneficie as comunidades locais. Então, as comunidades precisam ser protagonistas na proteção desse patrimônio e no desenvolvimento de ações educacionais, econômicas, que venham a beneficiar quem vive nesses territórios. Para que um geoparque exista, a gente precisa que as pessoas que vivem naquele local, suas culturas, suas relações com o território, sejam valorizadas, sejam reconhecidas. E a partir desse processo de gestão dessas áreas, aí sim a gente pode entender esse território como um geoparque.

Após as análises, os avaliadores da Unesco vão elaborar um relatório final, para definir quais desses municípios vão receber a autorização.

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