Ao longo de 2023, o Rio de Janeiro registrou 621 crimes contra mulheres, número que representa quase o dobro do verificado há quatro anos atrás. O levantamento é do relatório "Elas vivem: liberdade de ser e viver", da Rede de Observatórios da Segurança.
Esse foi o quarto aumento consecutivo registrado pelo monitoramento do portal. 99 casos seriam de feminicídio, 256, tentativa de feminicídio e 89, violência sexual ou estupro.
A coordenadora de pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança, Thais Custodio, explica o que esses números representam.
Uma a cada seis dessas vítimas tinha entre 18 e 29 anos. Os agressores normalmente são companheiros, ex-companheiros ou parentes das vítimas.
Monica Caliman, de 42 anos, é um exemplo de vítima de violência doméstica no Brasil. Ela sofreu violência psicológica, física, sexual e duas tentativas de feminicídio.
As agressões começaram em 2015. Mesmo despois de 9 anos e mais de 100 processos envolvendo esse caso, o acusado segue solto e Mônica continua sendo perseguida. Apesar de ter uma medida protetiva contra o homem, ela se sente ameaçada.
Ainda de acordo com o Observatório, a capital fluminense registrou o maior número de casos de violência contra a mulher: foram 206 vítimas, sendo 35 feminicídios.
No ranking nacional, o estado do Rio ficou em segundo lugar na lista de violência contra mulher, atrás apenas de São Paulo, que contabilizou 898 casos.
Por outro lado, o Rio foi a federação o que concentrou o maior número de mulheres mortas por arma de fogo, 30 no total, e o maior registro de feminicídios praticados por agentes de segurança pública, 4.
O Observatório monitorou nove estados brasileiros. Segundo o portal, a cada 15 horas cerca de uma mulher morre vítima de feminicídio.