Conversas entre policiais que fazem a segurança pessoal de Rogério de Andrade indicam que o contraventor se demonstra irritado ao saber que o filho dele, Gustavo de Andrade, foi intimado para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
O herdeiro da contravenção foi preso, na quinta-feira (4), pelo Ministério Público do Rio e pela Polícia Federal.
Nos diálogos, monitorados pelo MP, Daniel Pinheiro fala para Marcio Araújo que o "amigo" está preocupado com o filho. Segundo o órgão, o amigo é Rogério.
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Na troca de mensagens, os seguranças se referem a Gustavo o chamando de Pinguim. Investigações da Operação Calígula, realizada em maio, revelaram que além de herdeiro do bicho, Gustavo é o segundo homem na hierarquia da contravenção e que lidera a organização criminosa na ausência do pai.
Por conta da procura da DH à Gustavo, Rogério manda um advogado ir até a delegacia para saber do que se tratava a intimação, segundo os seguranças. As mensagens, no entanto, confirmam o pagamento de propina da organização criminosa à Polícia Civil e revelam um desentendimento entre a defesa dos contraventores e o delegado titular.
Araújo escreve que "o problema foi que o advogado chegou na DH cheio de marra", e Pinheiro responde que só dinheiro resolveria, usando uma figurinha de um saco de dinheiro. Em seguida, Araújo retruca que o delegado esculachou o advogado e que não é só porque está pagando que pode falar o que quiser.
As conversas são de abril de 2020.