Quarto candidato a participar de sabatina no Jornal BandNews Rio 3ª Edição com o âncora Carlos Andreazza, Carol Sponza (Partido Novo) defendeu o armamento de um grupo da Guarda Municipal, a municipalização dos hospitais federais com gestão feita por organizações sociais, além de afirmar que é a favor de uma parceria com o Governo do Estado sobre a integração dos modais de transporte.
Para Sponza, é necessário contratar novos guardas municipais, treinar os profissionais para que eles atuem como força de segurança no município. Segundo a candidata, o projeto não tem objetivo de armar os agentes atuais que são contratados para controle patrimonial da cidade.
Sou a favor. É uma das nossas propostas, treinar e armar parte da Guarda Municipal e transformar isso em Polícia Municipal. Eu quero bater um pouco nisso: a ideia não é pegar o guarda municipal que está lá hoje, que o concurso público foi feito em 2012. É uma guarda ja envelhecida e que foi contratada pra ser guarda de trânsito, para ter uma outra função de controle patrimonial. A ideia é contratar novos guardas que vão funcionar como força de segurança, algo que o STF já decidiu que é possível. Hoje a gente só tem duas capitais no brasil que não tem guarda armada que é o Rio de Janeiro e Recife. A gente vai transformar sim uma parte da guarda em polícia municipal. Acho que muito da resistência na Câmara dos Vereadores é porque os projetos não são claros pra população e para os vereadores. O que a gente quer é criar uma polícia municipal e não armar a guarda que tá aí.
Em relação à municipalização dos hospitais federais, Carol Sponza, afirmou que é a favor da medida. A política disse ainda que o modelo da gestão das organizações sociais funciona melhor porque a administração do Governo Federal tem o número de leitos vagos muito grande atualmente pela falta de equipamentos adequados.
Sou a favor. Eu sou a favor do modelo de OS. O que acontece hoje? As OS tem contratos que tem cláusulas contratuais que não são cumpridas e os contratos são prorrogados. Isso tá errado. Tem que rever os contratos todos da prefeitura. A administração federal consegue ser pior do que a administração municipal. Eu acho isso a hipocrisia da vez, porque tá aí o Eduardo falando que tem que tirar do federal pra trazer pro municipal, mas são parceiros. Eduardo Paes é Lula. Isso tá escancarando como o Governo Federal é o exemplo do fracasso, quando você abre tem o sistema da prefeitura que você vê os números de leitos vagos nos hospitais, os leitos vagos nos hospitais federais são assustadores porque falta cama, tem equipamento quebrado. O da prefeitura está melhor administrado porque é administração via OS. Então sou a favor da municipalização porque não tem como ficar um hospital na mão do governo atual, do atual Governo Federal.
Sobre mobilidade urbana e o funcionamento do BRT, a candidata afirmou que é necessário que a Prefeitura do Rio converse com o Governo do Estado para que os modais sejam integrados. Questionada sobre um projeto para uma transformação do modal sob trilhos, Sponza afirmou que a alternativa é mais eficiente e que a medida precisa ser estudada primeiramente no modelo Transoeste, região em que já há uma estrutura.
Qual é a minha visão sobre o BRT? O BRT da Avenida Brasil foi construído paralelo a linha do trem porque não se investe no trem e tem que investir no BRT? O trem é estadual? Por que a prefeitura não conversa com o Governo do Estado? Eu vi aqui o atual prefeito falando que mandou ofício pro governador e o ofício não foi respondido. Gente, o atual prefeito liga para o presidente da república, conversando sobre o estádio do Flamengo, porque essa parceria, essa integração não pode ser feita junto com o Governo do Estado também? Essa briga, essa polarização estão levando a gente pro buraco. A questão dos transportes no Rio de Janeiro é porque a Secretaria Municipal de Transportes não conversa com a Secretaria Estadual de Transportes. Os modais não são integrados. Está no meu plano ser estudado para Transoeste. Eu acho que já existe a estrutura ali, de fato trilho é muito mais eficiente, mas toda essa modelagem da prefeitura, eu falo muito isso. No primeiro dia de governo eu preciso abrir todos os contratos da prefeitura e rever. A gente tem o modelo do VLT que foi construído às pressas paras as Olimpíadas e é deficitário. Nunca funcionou. A prefeitura está lá com esse prejuízo então todos esses contratos tem que ser muito bem estudados. A mesma coisa com o contrato do BRT que a prefeitura precisou encampar. Não foi só uma questão contratual ali teve um problema de segurança pública, as estações eram depredadas veio a pandemia, a demanda caiu, a empresa quebrou e a prefeitura precisou então assumir. Isso precisa ser devolvido para a iniciativa privada então não é só com o BRT, com o VLT, tem os ônibus também. Tudo isso, todos esses contratos são uma grande caixa preta que a gente tem nos transportes do Rio, tudo isso precisa ser organizado de forma integrada e revista.
Sobre um projeto para as pessoas em situação de rua Carol Sponza afirmou que a ideia é fazer parcerias com a iniciativa privada para a gestão dos espaços.
No meu plano de governo isso está contemplado. É transformar os abrigos, que hoje os abrigos da Prefeitura têm carrapato, virou um grande ponto de venda de drogas. A gente tem iniciativas privadas que a prefeitura pode fazer parcerias. Isso não significa privatizar, eu tenho isso no meu plano de governo pra tudo, pra educação, pra saúde, sempre trazer o privado para estar atuando junto com a gente. Boas instituições que já fazem o acolhimento desses moradores que continuem fazendo com o apoio da prefeitura. E cursos de capacitação, pra que essas pessoas voltem ao mercado de trabalho depois.
Durante a sabatina, Carlos Andreazza também questionou o posicionamento da candidata em relação à construção do Estádio do Flamengo, no Gasômetro. Sponza afirmou que é a favor, mas discorda do terreno ter custado menos do valor previsto.
Se eu sou a favor de ter um estádio? Você sabe que quando meu pai morreu teve um minuto de silêncio no jogo, as bandeiras do clube ficaram a meio mastro. Então meu pai voltaria e puxaria meu pé se eu não fosse a favor do Flamengo ter um estádio. Sou flamenguista, mas o que eu não posso concordar é com o desrespeito às regras e contratos aquilo ali foi feito, a Caixa Econômica é um ente privado que, enfim, um banco público que tem investidores privados. Ali quem tá perdendo dinheiro são os acionistas do banco. O terreno custou menos do que deveria custar. Eu não vou criar dificuldade por um motivo muito simples. O Partido Novo, quando a proposta é boa a gente aprova e quando a proposta é ruim a gente discorda. A gente não tem isso de polarização ou não votar em algum projeto simplesmente porque a gente não gosta do autor do projeto. Tudo que foi construído até agora na cidade e for bom o Partido Novo vai manter. Então eu tenho milhões de críticas a vários pontos que a gente provavelmente vai tocar aqui, posso ter. Mas a partir do momento que já foi feito os contratos têm que ser respeitados. Eu também sou diretora jurídica do Novo. Então acho que um dos grandes problemas do Brasil é a falta de segurança jurídica.
A sabatina foi realizada ao vivo no jornal especial BandNews Rio - 3ª Edição, nesta sexta-feira (30). Os próximos candidatos a participar são Tarcísio Motta (PSOL), em 2/09, Cyro Garcia (PSTU), em 6/09, Henrique Simonard (PCO), em 9/09, Marcelo Queiroz (Progressistas), em 13/09 e Juliete Pantoja (UP), em 16/09. Já participaram da entrevista Alexandre Ramagem (PL) e Eduardo Paes (PSD) e Rodrigo Amorim (União Brasil).