Sabatina da BandNews FM: Henrique Simonard (PCO) critica censura e propõe fim da GM

O candidato defende a criação de uma guarda civil gerida pela população. Sobre censura, ele alega que o seu partido é o único efetivamente de esquerda que não reconhece a decisão do STF de suspender o X

Por Myllena Vianna

Sétimo candidato a participar de sabatina no Jornal BandNews Rio - 3ª Edição com o âncora Carlos Andreazza, Henrique Simonard (PCO), criticou o posicionamento de alguns partidos de esquerda favoráveis à decisão do Supremo Tribunal Federal de suspender o funcionamento da rede social "X" no Brasil e alegou que considera a medida uma censura. Durante a entrevista, o candidato também prometeu tarifa zero nos modais de transporte público do município em sua gestão, disse ser contra a Guarda Municipal armada e defendeu a criação de uma guarda civil gerida pela população para que os moradores locais façam a sua própria segurança. 
 
No início da entrevista, o âncora Carlos Andreazza questionou Simonard sobre a diferença com relação aos outros partidos de esquerda atuantes no Rio de Janeiro. Para o candidato falta no município um partido verdadeiramente de esquerda. Simonard exemplificou que o Partido da Causa Operária (PCO) é contra as medidas tomadas pelo STF em relação a rede social que foi suspensa. 

O PCO é um partido contra qualquer tipo de censura que é uma coisa que a gente não vê, por exemplo, nos outros partidos de esquerda. Qualquer partido de esquerda deveria ser contra o próprio STF. O STF é um poder que não é eleito e que passa por cima do legislativo e do executivo. Ele é um poder supremo, como diz o nome. Você não pode, por exemplo, o Alexandre de Moraes mandar fechar uma rede social que já foi dito várias vezes em estatísticas, que é a principal fonte de informação, de jornal de notícias do brasileiro e fechar completamente a rede e ainda multar em R$ 50 mil o cidadão que acessar através do VPN. Isso é coisa de ditador. Agora isso vide um poder que sequer é eleito, é um absurdo. Mas a gente vê muitos partidos de esquerda a favor achando que sendo prejudicial para algum inimigo, para eles é bom o que é uma posição lamentável da esquerda.

Simonard também foi perguntado sobre seu posicionamento em relação ao armamento da Guarda Municipal. O candidato foi além ao dizer que é é contra a existência da GM. Ele acrescenta que os próprios moradores devem ser responsáveis pela sua segurança através de conselhos de bairros. 

A gente é contra a existência da Guarda Municipal assim como a gente é da Polícia Militar e desses outros braços da repressão estatal. A gente acha que a segurança tem que ser feita pela população. Você tem que criar conselhos de bairro, você tem que formar digamos assim, uma guarda civil de moradores e cidadãos do Rio de Janeiro. Você tem vários países uma coisa que é o serviço militar obrigatório que é rotativo. Você pode ter uma coisa parecida para os municípios, divide por bairro ou por região. Você monta uma guarda civil da população com os moradores que fazem a própria segurança. A gente não é só contra o armamento da Guarda Civil, a gente é contra a própria Guarda Civil. Eu acho que o carioca entende isso, porque não adianta. Todo ano você aumenta o orçamento da Polícia e nunca resolve a crise.

Já em relação a proposta de governo para os transportes da cidade, Simonard disse que o projeto é que a tarifa seja gratuita. Para o candidato, é necessária a implementação de um metrô que chegue de fato na Zona Oeste e também atenda toda a região da Zona Norte com investimentos através de uma parceria com o Governo do Estado. 

O BRT é um experimento cruel com a população carioca, aquilo ali parece uma câmara de gás. Você superlota aquilo dali para cumprir uma função que deveria ser cumprida pelo metrô que no Rio de Janeiro é praticamente inexistente. Se você comparar com metrôs das grandes cidades como São Paulo e Brasil a fora... Aquilo dali em horário de pico é insustentável. Você precisaria ter uma alternativa viável que seria a construção de metrô, que é de responsabilidade do estadual, mas você precisa ter um diálogo com o Estado. Você precisaria ter um investimento no metrô que chegasse de fato na Zona Oeste, que cobrisse bem a Zona Norte, que atualmente é só Centro, Zona Sul e olhe lá. O BRT continuaria, não adianta você chegar e também eliminar de uma vez. Você precisa colocar mais carros, aumentar as linhas de ônibus também. O carioca que depende do ônibus no Rio de Janeiro vê um fenômeno, o ônibus que ele pega todo dia, de um dia para a noite some. Acho que foram 200 linhas de ônibus nos últimos três, quatro anos. O projeto é um transporte totalmente gratuito. O Rio de Janeiro tem dinheiro para isso, só que o dinheiro fica na mão dos banqueiros. O transporte tem que ser gratuito. O cidadão carioca e do brasil inteiro ganha um salário mínimo, não dá para você ficar, ainda mais com o preço que tá o transporte público. O trem que atualmente é o que a população mais carente usa é o mais caro. O metrô está R$ 7,50 que é absurdo. Você precisaria ter tarifa zero e seria mais um jeito de você dar condição para a população se estruturar financeiramente. 

Questionado sobre a construção do Estádio do Flamengo, Simonard afirmou que é a favor, mas destacou que para que o espaço seja implementado no Gasômetro é necessário um estudo mais aprofundado. Botafoguense, o candidato afirmou que a pista de atletismo do Estádio Nilton Santos deve ser retirada e construída em outro local. 

No Gasômetro é difícil falar, o Flamengo como time grande no Rio de Janeiro precisa de um estádio. Tem muita gente falando que aquilo vai virar um funil então precisa ser feito um estudo. Agora, o Flamengo, o Fluminense precisa ter um estádio. O Vasco também precisa também ter condição de melhorar a infraestrutura de São Januário. Sou Botafogo, a gente está bem servido de estádio embora, eu vou ser o primeiro aqui a falar, você precisa tirar aquela pista de atletismo ali e construir em outro lugar. Você deixa como concessão, mas você também pode fazer uma concessão com os times. O time não é estatal então você tem que trabalhar junto com eles, mas eu acho que todo time grande tem que ter um estádio e também, ter estádio para os times menores que estão em condições piores por aí. 

Durante a sabatina, Carlos Andreazza também indagou o candidato sobre as propostas para o problema de enchentes no Rio de Janeiro, principalmente o transbordamento do Rio Acari, na Zona Norte. 

O Rio de Janeiro sendo a metrópole que é num país atrasado, a urbanização aqui foi feita de maneira muito caótica justamente por falta de investimento. Você precisaria, agora não adianta também, pegar e expulsar a população dos bairros que estão em perigo de deslizamento, de alagamento, porque não adianta, não é assim. A pessoa tem uma história, ela mora lá há um tempo. Você precisaria, através dos conselhos populares, começar uma série de obras, para por exemplo, você ter um sistema de escoamento dessa chuva. As moradias que estão em encostas você precisaria muitas vezes reconstruir várias casas ou se for inviável, construir uma moradia popular que seja viável para a população. Não adianta também você tirar ela dali e jogar, sei lá, em Campo Grande, no último bairro da Zona Oeste. Você precisa ter esse diálogo com a população e também investimento em pesquisa e estudo ambiental pesado.

A sabatina foi realizada ao vivo no jornal especial BandNews Rio - 3ª Edição, nesta segunda-feira (9). Os próximos candidatos a participar são Marcelo Queiroz (Progressistas), em 13/9 e Juliete Pantoja (UP), em 16/9. Já participaram da entrevista Alexandre Ramagem (PL), Eduardo Paes (PSD), Rodrigo Amorim (União Brasil), Carol Sponza (NOVO), Tarcísio Motta (PSOL) e Cyro Garcia (PSTU). 

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