Sabatina da BandNews FM: Marcelo Queiroz (PP) pretende melhorar a estrutura da Guarda Municipal

O candidato ainda criticou a retirada do licenciamento ambiental do município da Secretaria de Meio Ambiente

Por Myllena Vianna

Oitavo candidato a participar de sabatina no Jornal BandNews Rio 3ª Edição com o âncora Carlos Andreazza, Marcelo Queiroz (PP), afirmou ser contra o armamento da Guarda Municipal, criticou a retirada do licenciamento ambiental do município da Secretaria de Meio Ambiente e defendeu a implementação de um sistema de trens suspensos que ligue Deodoro, na Zona Oeste a Itaguaí, na Baixada Fluminense.

Carlos Andreazza indagou o Marcelo Queiroz sobre seu posicionamento em relação ao armamento da Guarda Municipal. Para Queiroz, pelo menos nos quatro primeiros anos de mandato a medida não deve ser discutida. O candidato pontuou que a prioridade deve ser melhorar a estrutura da corporação para que os agentes passem a ter um plano de carreira e melhores condições de trabalho.

Sou contra. Acho que a Guarda Municipal, esse é mais um discurso que eu tento ser o centro e o cara sensato da discussão. Essa discussão é mais uma vez pra desfocar. É uma discussão entre direita e esquerda. Se você conversar com um guarda, ele quer que seja respeitado o que foi prometido pra ele quando eu fui secretário de Administração. Foi feito um plano de cargo de salários da guarda. Só que o plano prevê um concurso interno para o guarda progredir de carreira, para aumentar o salário, para ter possibilidade de promoção. Esse concurso nunca foi entregue. O guarda hoje se sente traído. A gente está falando em arma, mas as pessoas não conhecem as inspetorias da guarda. É teto caindo, é mal pintado, é o guarda sem uniforme. Como que a gente vai falar em arma nessa situação? Eu acho que nos próximos quatro anos é impossível você entrar nessa discussão com uma guarda hoje do jeito que tá. Eu acho que primeiro: vai ter que entregar o plano de cargo de salário. Segundo: melhorar uniforme, reformar as inspetorias, resolver os guardas ambientais. Depois, talvez em um próximo segundo mandato aí sim cabe uma discussão.

Perguntado sobre um planejamento os problemas de enchentes na região da Zona Norte, Queiroz afirmou que a principal medida é o desassoreamento do Rio Acari. O candidato criticou ainda a transferência do licenciamento ambiental para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação do município.

Acho que Acari, primeiro, a questão do assoreamento. A gente tem que desassorear, mas aí eu vou pra uma questão conceitual. Eu fui secretário de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio de Janeiro. Hoje o coração de qualquer cidade onde o meio ambiente é mais importante dentro de uma prefeitura é o licenciamento ambiental? Por que? O licenciamento ambiental é o coração das regras que vão ditar o urbanismo dentro de uma cidade. Pra você saber se pode construir um prédio, não pode construir um prédio. Qual é a área que você tem que deixar pra infiltrar a água no solo. Hoje o licenciamento ambiental da Prefeitura do Rio foi retirado da Secretaria de Meio Ambiente e está sob tutela do secretário de Desenvolvimento Econômico. Você imagina, o cara quer construir um prédio, ele vai na secretaria de Desenvolvimento Econômico e a secretária onde seria responsável, que é a Secretaria de Meio Ambiente nada opina. Então o que está acontecendo que é mais preocupante pro futuro? A gente hoje tem o Rio Acari, mas no futuro esse problema vai aumentar muito. A Secretaria de Meio Ambiente está totalmente desvalorizada, totalmente facelada.

Em relação ao projeto de governo para Educação da cidade, Marcelo Queiroz pontou que é importante rever a defasagem salarial dos servidores públicos atualmente. Para o candidato, o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) se deve a aprovação automática no Município.

São 13.000 crianças esperando hoje na fila formal da Prefeitura do Rio de janeiro, dados oficiais da própria prefeitura. Você cercear o direito a creche é você não dar oportunidade de trabalho, principalmente as mães que são responsáveis por esses filhos. Eu acho que como tudo no governo Eduardo Paes, ele pensa só em marketing. Ele não explicou direito pra população o que aconteceu no resultado do IDEB. Se você pegar os números de 2015 e 2017, e pra todo mundo entender a conta do IDEB, o IDEB leva em consideração dois fatores: primeiro a questão da prova SAEB, português e matemática, notas. E o segundo fator é a questão da taxa de aprovação. Então se você for ver 2015 e 2017, as notas foram maiores que as de hoje. Resumindo: as notas de português e matemática prefeitura Eduardo Paes caiu em relação há 10 anos. O que aumentou para gerar esse resultado esplendoroso? Aprovação. Aprovação que era de 91% hoje é de 98%. Por que não é 100%? Porque algumas crianças faltaram as aulas e você não tem como mascarar esse número. O que significa? Uma coisa que Eduardo tanto criticou no passado e viu a disputa dele com César Maia, principal ponto dele pra ganhar do César Maia na eleição era falar que a prefeitura tinha aprovação automática. E o que ele está fazendo no Rio de Janeiro hoje? 98% das crianças aprovadas significa aprovação automática. Eu acho que hoje o problema maior é a questão do servidor público, o servidor público hoje foi traído pelo prefeito Eduardo Paes, o servidor público tá com uma defasagem salarial de 20% em relação a inflação, o servidor público teve uma promessa de um reajuste a cada inflação e essa promessa não foi cumprida. Isso acontece na educação, não tem concurso pra professor de ensino fundamental, ele tem o concurso dos professores adjuntos, mas não convocou ninguém, o ensino com as crianças com deficiências está faltando os monitores na sala de aula, também precisa fazer concurso. Ele hoje tá contratando professor temporário e renovando contratação temporária o que é uma preocupação em termos administrativos grande. Ele usa os professores que é pior ainda.

O âncora Carlos Andreazza também questionou o candidato sobre uma proposta para a retomada da economia da Região Central. Atualmente, o espaço possui o Programa Reviver Centro. Queiroz afirmou que defende um conceito moderno de cidade que é o trabalho mais próximo da casa da população.

Eu não pretendo esconder o passado, eu acho que agora já está feito temos que continuar. Mas eu acho que foi uma péssima escolha. O que aconteceu? Você não desenvolveu o Porto Maravilha, você esfacelou o resto do Centro. Se você pegar a Cinelândia, Rio Branco, acabou o Centro do Rio de Janeiro e você não gerou ilhas de desenvolvimento pela cidade. O conceito moderno que eu defendo de cidade é o trabalho perto da casa do sujeito. Por exemplo, o presidente Lula abraçado com o Eduardo Paes vindo ao Rio de Janeiro pra fazer uma sede do IMPA, que é um instituto renomado de educação e o local escolhido foi o Centro. Não seria mais lógico fazer em Bangu, em Campo Grande, no Méier? Por que isso? Exatamente pra gente não ter que gastar tanto dinheiro em transporte. Hoje o que parece é que o prefeito Eduardo Paes quer concentrar a cidade numa área e ele não conseguiu fazer isso com sucesso nos doze anos que ele esteve à frente da Prefeitura.

Já em relação ao transporte público, o candidato criticou a implementação do sistema BRT e defendeu a criação de um serviço de trem suspenso que ligue a Zona Oeste à Baixada Fluminense.

Na verdade, eu sou contra veletização, transformar o BRT em VLT. Eu acho que a gente tem que partir para o trem suspenso. Mas eu também sou aquele cara que acha que a gente não tem que desfazer o que já foi feito de investimento. Foi gasto muito dinheiro, foi um erro, acho que estratégico. Pra mim o BRT não é transporte de massa e eu acho que pra todo mundo também não é, mas eu acho que, por exemplo, o BRT Transbrasil. Ele é um projeto antiquado. É um projeto que parou nas Olimpíadas de 2016, tanto é que o BRT Transbrasil vai até Deodoro. O certo seria ir até Santa Cruz, era a lógica. Por que ele só vai até Deodoro? Porque na Olimpíadas de 2016, ali teria um autódromo, as quadras esportivas ali é um projeto totalmente atrasado e já que está atrasado, só foi até Deodoro. Eu acho que de Deodoro até Santa Cruz. Aliás, de Deodoro até Itaguaí. Porque eu acho que o prefeito do Rio tem que ter um papel de grande coordenador dos municípios ao entorno, conversar e dialogar com Governo do Estado, Governo Federal e outros prefeitos. Eu acho que a gente pode fazer um trem suspenso saindo de Deodoro, indo até Itaguaí e Mangaratiba.

A sabatina foi realizada ao vivo no jornal especial BandNews Rio - 3ª Edição, nesta sexta-feira (13). A próxima candidata a participar é Juliete Pantoja (UP), em 16/09. Já participaram da entrevista Alexandre Ramagem (PL), Eduardo Paes (PSD), Rodrigo Amorim (União Brasil), Carol Sponza (NOVO), Tarcísio Motta (PSOL), Cyro Garcia (PSTU) e Henrique Simonard (PCO).

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