É considerado gravíssimo o estado de saúde da sargento da Polícia Militar Aline Guizarra Costa, que foi atingida por quatro tiros no tórax, no Méier, Zona Norte do Rio. O suspeito do crime é o ex-companheiro dela, o também policial militar Paulo Afonso Martins.
Ele foi preso em flagrante na quinta-feira (20), depois de ter tirado as placas do carro que usava e andar sem identificação. Isso aconteceu logo depois dele ter disparado em Aline.
O policial é agente do Batalhão de Jacarepaguá.
A mulher, que trabalha no Hospital Central da Polícia Militar e, nas horas vagas, faz plantão como enfermeira no Hospital Municipal Salgado Filho, estava de folga e andava na Rua Frederico Meier, quando foi atingida. Ela conseguiu pedir ajuda de PMs que estavam em patrulhamento na região. Aline disse aos agentes que o ex-companheiro tinha atirado nela e dito que iria à casa da mulher para "acabar com a vida dos filhos".
Nesta sexta (21), depois da expedição de um mandado judicial, o homem foi preso novamente, dessa vez, por tentativa de feminicídio.
Em nota, a Corregedoria da Polícia Militar disse que instaurou um procedimento para investigar a situação.
Segundo dados do Anuário de Segurança Pública 2023, divulgado na quinta, o Rio de Janeiro lidera o ranking nacional de tentativas de feminicídio. Em relação a 2022, houve um aumento de 11% desse tipo de crime.
Especialista em direitos das Famílias e Sucessões, a advogada Flávia Monteiro classifica os dados como alarmantes. Ela acredita que, apesar das medidas já existentes para combater a violência contra as mulheres, há uma questão cultural enraizada. Segundo a advogada, é preciso mais ações preventivas e uma maior fiscalização das leis relativas à violência contra as mulheres.
Os dados revelados recentemente confirmam a necessidade de uma atuação preventiva do próprio estado e um investimentos em políticas públicas no que tange ao enfrentamento da violência doméstica. Se faz necessária uma fiscalização mais firme no que tange aos equipamentos já existentes para tratar a questão do enfrentamento à violência doméstica.
Nesta sexta (21), o número de vítimas de feminicídio por arma de fogo na Região Metropolitana do Rio neste ano subiu para 15. De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, 12 vítimas morreram.
Paulo Afonso Martins foi transferido para a Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde permanecerá preso.