Seguro de motorista morto seria utilizado pela mulher e pai de santo

Andreia Ramos Cortes disse que o pai de santo já tinha planos para comprar uma loja e um novo imóvel

Por João Boueri

Carro do motorista de aplicativo foi encontrado em área de mata no Alto da Boa Vista Divulgação
Carro do motorista de aplicativo foi encontrado em área de mata no Alto da Boa Vista
Divulgação

Ao confessar ter matado o marido, a viúva do motorista de aplicativo Alberto de Oliveira Gomes disse que cometeu o crime após sofrer xingamentos, agressões físicas e abuso sexual.

Além disso, Andreia Ramos Cortes afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que o pai de santo Marcos Filipe Oliveira Santana, também acusado de participar do assassinato, utilizaria o dinheiro do seguro de Alberto para montar uma loja de produtos religiosos e comprar um novo imóvel, onde daria continuidade às sessões da religião de matriz africana.

A viúva também disse que a ideia de matar o companheiro foi do pai de santo, após ele descobrir que Alberto teria direito a dois seguros de vida, que somados poderiam chegar até R$ 600 mil. Ela também afirmou que colocou clonazepam, um sedativo, no suco de Alberto. A sugestão também teria sido do pai de santo.

Andreia disse que o pai de santo chegou a mostrar anúncios de novos espaços com valores que variavam entre R$ 170 mil e R$ 350 mil.

A dupla conversou ao longo do dia 26 de setembro deste ano, quando Alberto desapareceu em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Andreia e Marcos Filipe são acusados de homicídio e ocultação de cadáver. Na sexta-feira (21), a Justiça do Rio decidiu pela manutenção da prisão dos dois. Andreia confessou o crime.

Em depoimento à Polícia Civil, Alberto de Oliveira Gomes Junior, filho do motorista de aplicativo, disse que, mesmo com parte do dinheiro do seguro para custear o enterro do pai, Andreia fez campanha de arrecadação nas redes sociais para o momento de despedida.

O motorista de aplicativo foi encontrado no dia 4 de outubro em uma área de mata no Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio.

A Polícia Civil fez um exame toxicológico complementar no corpo de Alberto de Oliveira Gomes, para tentar descobrir a causa da morte. O exame de necropsia foi inconclusivo por causa do avançado estado de decomposição em que ele foi encontrado.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga se mais pessoas estão envolvidas na morte de Alberto.

De acordo com a polícia, duas pessoas que trabalham próximo ao local onde o corpo foi encontrado foram fundamentais nas investigações. Uma testemunha disse que presenciou o momento em que Andréia estava do lado de fora do carro com a vítima caída no chão. Segundo essa pessoa, Andreia disse que Alberto tinha bebido e estava passando mal. A outra testemunha disse que passou na região horas depois e viu apenas o carro.

Câmeras de segurança da Vista Chinesa registraram, na noite de 26 de setembro, às 21h49, o carro de Alberto passando pelo local. Treze minutos depois, Andréia, viúva do motorista de aplicativo, aparece sozinha, andando pela rua.

A mulher chegou a registrar na delegacia o desaparecimento do marido, mas os filhos da vítima estranharam o comportamento de Andréia. Foi a própria mulher e o pai de santo que encontraram o corpo de Alberto. À polícia, eles disseram que conseguiram chegar na localização exata do corpo porque uma entidade espiritual indicou o local.

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