Funcionários terceirizados da rede pública de saúde de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, denunciam que estão com salários atrasados há oito meses. Os servidores são deficientes visuais e trabalham em diferentes unidades da cidade, entre elas, o Hospital Orêncio de Freitas, no Barreto.

Segundo Silvano Vieira, que trabalha no setor de raio-x, os funcionários recebem promessas de pagamento não cumpridas desde o ano passado e enfrentam dificuldades para manter as contas em dia:

"Nós estamos há oito meses sem receber salário. Só estamos recebendo promessas, que vão pagar, várias histórias, mas não pagam. O que a gente vê são nossas contas atrasadas, a gente não dando conta dos nossos compromissos. Eu, por exemplo, tenho uma esposa acamada, quem tem uma pessoa doente na família sabe quanto gasta... E o mais triste é que a gente continua lá, fazendo a nossa parte."

Os cerca de 25 funcionários com deficiência visual eram terceirizados pela União dos Cegos no Brasil, que recebia repasses da Fundação Municipal de Saúde de Niterói. No entanto, segundo a Prefeitura, o contrato não foi renovado, nem finalizado, porque a institutição não apresentou as certidões de regularidade exigidas pela legislação no tempo previsto.

Em meio à situação, o décimo terceiro salário também não foi pago. De acordo com o também servidor Juarez Dias, os funcionários chegaram a se reunir com a Prefeitura no ano passado, mas o problema não foi resolvido:

"Eles dizem que vão pagar, mas não falam quando. Estamos no aguardo. No ano passado, formamos um grupo em frente à Prefeitura e eles disseram que fariam um esforço para pagar alguns meses até o fim do ano. O ano passou e nada pagaram. Agora a gente está no aguardo para ver quando vão pagar."

Os funcionários relatam ainda que, no período, mantiveram as atividades normalmente.

Em nota, a Prefeitura de Niterói afirmou apenas que os pagamentos em aberto serão acertados a partir da abertura do Orçamento Fiscal de 2024 do Município.  

A BandNews FM também procurou a União dos Cegos no Brasil, mas não recebeu resposta.