Subsecretário do sistema penitenciário do Rio é afastado por suspeita de extorsão de presos

Lúcio Flavio Correia Alves era um dos responsáveis por um esquema que cobrava dos detentos para a emissão de laudos médicos que permitiam a prisão domiciliar

Por Gabriela Morgado

Subsecretário do sistema penitenciário do Rio é afastado por suspeita de extorsão de presos
Segundo investigações do Ministério Público, Lúcio Flavio Correia Alves seria um dos responsáveis pelo esquema
Bruno Mirandella/OAB-RJ

O subsecretário de Tratamento Penitenciário do Rio é afastado, por suspeita de extorsão de presos. Segundo investigações do Ministério Público, Lúcio Flavio Correia Alves era um dos responsáveis por um esquema que cobrava dos detentos para a emissão de laudos médicos que permitiam a prisão domiciliar. 
 
O procedimento para investigar o esquema foi aberto em dezembro do ano passado pela própria Secretaria de Administração Penitenciária e, agora, a Justiça determinou o afastamento dele. Lúcio Flávio Correia Alves, 41 anos, é policial penal de carreira há 13 anos. 
 
Os acusados no esquema atuavam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bangu, do Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho. 
 
Os agentes do Ministério Público foram às ruas para cumprir 10 mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (12), pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp/MPRJ), em endereços ligados ao subsecretário e a três inspetores também afastados pela Justiça, acusados de envolvimento: Thiago Franco Lopes (diretor do hospital), Aleksandro dos Santos Rosa (subdiretor da unidade) e Marcio Santos Ferreira (chefe de segurança do hospital). 
 
Na época, os três foram afastados das funções e nomeados para outros cargos na época, que não eram de chefia. 
 
De acordo com as investigações, os internos com maior poder aquisitivo eram identificados pelos policiais penais e, quando precisavam de laudo médico ou nutricional para pedir prisão domiciliar, o grupo criminoso cobrava os valores ilícitos.)) 
 
O detento que denunciou o caso chegou a ser cobrado R$ 600 mil, ao tentar conseguir um laudo provando que a unidade médica penitenciária não tinha estrutura para o tratamento pós-cirurgia bariátrica. Ele teria sido retirado da cela mais de uma vez, para a cobrança. 
 
Ele citou o envolvimento de um Lúcio em depoimento, mas, até então, o subsecretário não tinha sido afastado. 
 
O preso também denunciou que chegou a pagar outros valores de propina, como para usar o parlatório fora dos dias previstos. 
 
Um dos acusados também teria ido até a casa da companheira do detento, junto com um advogado de Thiago e uma segunda advogada. O MP investiga a mulher pela intermediação entre os internos e os familiares para a exigência dos pagamentos. 
 
Em nota, a Seap disse que foi notificada da decisão nesta quarta e que vai cumprir todas as determinações da Justiça. A pasta ressaltou ainda que a decisão é resultado de um procedimento aberto pela Seap. 
 
A reportagem tenta contato com as defesas dos citados. 

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