TCU afirma que Indústrias Nucleares Brasileiras possuem fragilidade ecônomica

Constatação foi feita após uma auditoria técnica do órgão

Por João Videira (sob supervisão)

TCU afirma que Indústrias Nucleares Brasileiras possuem fragilidade ecônomica
Usina nuclear
Pixabay

O Tribunal de Contas da União afirma que as Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) possuem fragilidade econômica. A constatação foi feita após uma auditoria técnica do órgão. 93% da receita da empresa é destinado ao pagamento de pessoal, segundo o TCU. 

Em 2022, a companhia, responsável pela atuação na cadeia produtiva do ciclo dos combustíveis nucleares, passou por uma estruturação acionária. Desde então, não é mais dependente da União e nem mesmo recebe recursos do Tesouro Nacional. Atualmente, a INB está sob o guarda-chuva da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar).  

O Tribunal de Contas também pediu a elaboração de um plano contingencial sobre a produção e comercialização do urânio, minério que é monopolizado pela empresa. O orgão solicitou estratégias, recomendações, metas e indicadores.

O pedido ocorre diante do desaparecimento de duas ampolas com amostras de urânio enriquecido na unidade da INB de Resende, Sul do Estado, em agosto do ano passado. Até hoje os tubos não foram encontrados.  

A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apuram o caso.  

Para Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), a empresa tem potencial para se desenvolver, mas depende de investimentos.

"Hoje nós temos uma empresa sentada em um pote de ouro que precisa ser alavancada, muito bem instrumentalizada", defende. relata.

O presidente da Abdan, Celo Cunha, também afirma que uma solução para as contas da INB pode impactar toda a cadeia do urânio, principalmente para a Eletronuclear, que é quem compra e produz a energia nuclear propriamente dita.  

 "A Eletronuclear precisa ter fluxo de caixa garantido para pagar o combustível na hora da entrega. Não pode ficar aguardando meses depois se não complica a empresa".

Após a auditoria, o TCU recomendou à INB e à ENBpar um estudo que comprove a redução do comprometimento de receita com os gastos de pessoal, além de um plano com uma política comercial.

Em nota, a INB afirmou que a nova diretoria está concentrando esforços em um trabalho de reestruturação das equipes como o fomento de um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV). Segundo a companhia, com esse e outros movimentos iniciais, a empresa proporcionará o aumento da margem operacional. 

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