
O aparecimento de lixo e de ilhas de lama na Lagoa da Tijuca, que faz parte do Complexo Lagunar da Barra e Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, tem relação com a maré baixa e o intenso calor nos últimos dias. A avaliação é de especialistas ouvidos pela reportagem da BandNews FM.
Na manhã desta quinta-feira (6), o helicóptero da BandNews FM circulou pela região e flagrou a Lagoa da Tijuca com uma mancha esverdeada ao lado do aparecimento de lama fluida. A água está com a coloração esverdeada, em diferentes tons. O Instituto Estadual do Ambiente disse que vai enviar equipe ao local para avaliar a situação.
Além disso, é possível observar a proliferação de gigogas, uma planta aquática natural do Sistema Lagunar de Jacarepaguá, que se multiplica em grande quantidade devido à presença de esgoto.
Junto com a espécie, as imagens flagraram um volume significativo de lixo doméstico que vai parar dentro dos rios do sistema lagunar.
Para o biólogo Mário Moscatelli, com marés muito baixas associadas ao tempo seco, o fundo assoreado da Lagoa da Tijuca fica mais evidente. Ainda segundo o especialista, com o calor, há multiplicação de cianobactérias, o que gera a coloração verde abacate.
Essas ilhas de lama, elas aparecem sempre, isso não é uma exceção, sempre quando nós temos marés astronômicas, a maré do mar, muito baixas, associado com um sistema de quase nenhuma chuva. Então todo esse fundo extremamente assoreado da lagoa da Tijuca, ele aparece, ele fica mais evidente. Com esse calor também intenso, você tem a multiplicação de cianobactérias, que é esse verde abacate, esse verde que a gente observa escoando pela ao lado dessa ilha de lama. Infelizmente é uma situação recorrente e que vai melhorar na medida em que houver as dragagens. - disse o Moscatelli.
As obras de dragagem da concessionária Iguá começaram no ano passado no Complexo Lagunar da Barra e de Jacarepaguá. A expectativa na Lagoa da Tijuca, por exemplo, é recuperar mais de 3 km de margens e plantar cerca de 165 mil mudas de espécies nativas. Os serviços devem durar três anos e passará ainda pelas Lagoas de Jacarepaguá, do Camorim e pelos Canais de Marapendi e Joatinga.
Em nota, a concessionária Iguá disse que as obras de dragagem ainda não chegaram ao ponto mostrado na reportagem e a situação relatada não tem relação com a atividade em andamento.