Uma testemunha da morte do entregador de 22 anos durante uma ação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, afirma que não havia tiroteio no momento em que o jovem foi baleado. Lucas Oliveira Martins da Conceição foi atingido por um tiro nas costas.
Gabriel Feitosa contou que na quarta-feira (24), vários moradores aguardavam em um bar o início do jogo do Flamengo quando PMs chegaram pelos acessos do conjunto de favelas atirando. Gabriel disse que os militares estavam sem farda e que o cenário parecia de guerra.
A mãe de Lucas, que preferiu não se identificar, disse que o jovem deixa um filho de um ano e que é justamente isso que a mantém de pé.
Procurada a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre a denúncia. Anteriormente, quando questionada sobre a morte de Lucas durante a ação, a corporação disse que agentes faziam um patrulhamento na região quando encontraram um grupo armado e houve confronto.
Segundo a PM, dois suspeitos foram encontrados baleados e encaminhados ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
Nesta quinta-feira (25), moradores do Complexo do Chapadão realizaram um protesto contra a morte de Lucas, reforçando que o jovem era entregador e não tinha envolvimento com o crime.
Durante o ato, um grupo ateou fogo em lixo e outros objetos nas Estradas do Camboatá e Rio do Pau.
O corpo de Lucas Oliveira Martins foi sepultado nesta sexta-feira (26), no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense.