Amigos e familiares de Doris Monteiro e Leny Andrade se despediram das duas artistas, nesta terça-feira (25), em velório, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Aberto ao público, o saguão ficou cheio de admiradores das cantoras, que tiveram os caixões dispostos lado a lado.
A administradora do Retiro dos Artistas, Cida Cabral, disse que o período de pandemia e o diagnóstico de demência, em 2020, prejudicaram a saúde de Leny Andrade. Apesar de forte e ativa, em julho deste ano, a artista teve uma pneumonia. Para Cida, o legado e a longa vida da cantora são um conforto para todos.
Sobrinha de Doris Monteiro, Débora Monteiro, lembrou da carreira da tia como atriz e cantora e classificou como eternas as obras deixadas pela artista.
O maestro Gilson Peranzetta, que gravou dois discos com Leny Andrade, descreveu a artista como a nota que faltava no acorde dele. O pianista e compositor disse que ela valorizava os músicos com quem trabalhava.
Já a cantora Elianna Pittman, que fazia parte das Divas do Sambalanço, com Doris Monteiro, lamentou a morte das artistas e convidou as gerações a escutarem as canções deixadas por elas.
Doris Monteiro era conhecida como a Diva do Sambalaço. Ela é considerada uma das cantoras mais marcantes da transição do Samba Canção para a Bossa Nova. Começou cantando em rádios, em programa de calouros, e, depois, também se tornou atriz.
Já Leny Andrade, conhecida como "Cantora dos Músicos", ganhou muito destaque por interpretar grandes sucessos, como Estrada do Sol, de Tom Jobim e Dolores Duran.
As duas amigas morreram no mesmo dia, nesta segunda-feira (24): Doris, enquanto dormia, de causas naturais, aos 88 anos; e Leny, aos 80 anos, em decorrência de uma pneumonia.
