Três dos 24 pontos de monitoramento de rios da Bacia do Rio Amazonas estão como nível mínimo

Os dados são de um levantamento feito pela BandNews FM por meio da plataforma Serviço Geológico do Brasil

Por Daniel Henrique

Três dos 24 pontos de monitoramento de rios da Bacia do Rio Amazonas estão como nível mínimo
Foto do satélite CBERS4 mostra foz do Rio Amazonas
Oton Barros/DSR/OBT/INPE

Três dos vinte e quatro pontos de monitoramento do nível de rios da Bacia do Rio Amazonas, que abrange as regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, estão classificados como nível mínimo histórico. Outros dois estão em seca extrema.

Os dados são de um levantamento feito pela BandNews FM por meio da plataforma Serviço Geológico do Brasil. Os pontos mais críticos foram identificados no Rio Tapajós, trecho do município de Itaituba, no Pará; Rio Solimões, em Tabatinga, no Amazonas; e no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia.

Segundo o Sistema de Alerta Hidrológico, houve chuvas pontuais nos últimos dias, o que pode provocar uma elevação. No entanto, como não há previsão de chuvas nos próximos 15 dias, o cenário pode se agravar. Os níveis devem voltar a subir só a partir de dezembro.

O coordenador de Relações Institucionais e Comunicação do Instituto Trata Brasil, André Machado, ressalta que a situação afeta o sistema de saneamento da região, que já não possui a infraestrutura ideal.

Essas secas prolongadas acabam gerando uma pressão que é excessiva nos sistemas de saneamento. E o impacto mais imediato disso é nas fontes de abastecimento desse recurso hídrico à população. Quando a gente tem redução dos níveis de chuvas, os rios, lagos e reservatórios acabam enfrentando uma diminuição no seu volume de água. E, claro, isso vai impactar na captação de água e nessa capacidade de abastecimento. O despejo irregular de esgoto nesses corpos hídricos, pela falta de coleta e tratamento de esgoto, ele contamina a água e acaba comprometendo qualidade

O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais aponta que cerca de 200 municípios continuam em condição de seca extrema, com destaque para São Paulo com 82 cidades e Minas Gerais, com 52.

O Rio de Janeiro deve enfrentar uma nova onda de calor entre o final do inverno e início da primavera, com tempo seco e temperaturas elevadas, que podem passar dos 35 graus.

O meteorologista e professor da UFRJ, Wanderson Luiz Silva, diz que apesar da chuva esperada para este fim de semana, a situação da crise hídrica no estado pode se agravar.

Nesse próximo sábado, a gente tem uma previsão de uma chuva bem pontual, bem rápida em alguns pontos do estado, mas que não alivia em nada a situação da crise hídrica, dos níveis dos reservatórios, das queimadas também, que a gente tem em parte do estado. É o que a gente espera, um padrão que a gente, infelizmente, está esperando pelo menos para o início da primavera, que as chuvas se dão abaixo da média, e as temperaturas também devem continuar acima do normal para essa época do ano, o que agrava um pouco a situação

O sistema mais impactado pela seca é o Imunana-Laranjal, que abastece dois milhões de pessoas na Região Metropolitana do estado. Com as chuvas desta semana, o sistema operou com 100% da capacidade nesta quarta-feira (18), segundo a Cedae. Mas o governador do Rio, Cláudio Castro, comentou sobre a previsão do tempo que não favorece o reservatório.

Na questão da estiagem, ontem a chuva já deu uma melhorada. Lembrando que de todos os nossos sistemas, nós temos um problema que é o imunana laranjal. E ontem o imunana já deu uma subida. A previsão do tempo não é favorável. Não tem previsão de chuva naquela região nos próximos dias. Mas a gente continua fazendo aquele trabalho para garantir que não haja desabastecimento para nenhuma pessoa

Pelo menos quatro municípios já decretaram situação de emergência devido à estiagem: Guapimirim, na Baixada Fluminense, Mangaratiba e Angra dos Reis, na Costa Verde, e Teresópolis, na Região Serrana.

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