Pela quinta vez, o Tribunal de Contas do Estado determina que o Governo adote medidas para reduzir os riscos estruturais diante da inconclusão das obras da estação do metrô que deveria ter sido construída na Gávea, Zona Sul do Rio. Desde 2015, quando os trabalhos foram interrompidos, há um buraco no subsolo que pode representar um risco de afundamento do solo.
De acordo com a decisão, no prazo de 15 dias, a Secretaria Estadual de Transportes precisa informar qual foi o direcionamento foi adotado para resolver a questão intervenção. O documento cita o que chama de clara inércia do poder público.
O relator do processo no TCE, Christiano Lacerda, explicou os riscos apresentados com a paralisação da obra.
A falta de ação por parte do poder público e o abandono da obra preocupam os moradores do entorno. O presidente da Associação de Moradores da Gávea, Rene Hanseclever, afirma que o local está com vazamento e, por isso, a atenção precisa ser maior por parte do Governo.
A obra custou mais de R$ 9 bilhões, mas o governo decidiu abandonar parte do projeto. Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado concluiu, em 2016, que houve superfaturamento de R$ 3 bilhões. O ex-governador Sérgio Cabral chegou a admitir em depoimento ao Ministério Público Federal que recebeu propina na época das obras do metrô.
Em 2015, a construção da estação da Gávea foi paralisada e segue sem previsão de conclusão. Em janeiro de 2018, como não havia previsão para a retomada da obra, os engenheiros decidiram encher os buracos com água para dar mais segurança. A água ajudaria a pressionar as paredes, evitando desmoronamentos. Três anos depois, um estudo da PUC-Rio apontou que a estação do Metrô da Gávea tinha risco de afundamento.
Em nota, o Consórcio Rio Barra, que foi contratado para a construção da estação, afirmou que faz regularmente o monitoramento e que a atual situação é de estabilidade e, ainda, que a responsabilidade pelos recursos necessários para finalização das obras compete ao Estado do Rio de Janeiro.