A substituição da vacina oral contra a poliomielite pela versão injetável vai começar em 2024, segundo o Ministério da Saúde. A mudança, que vai ser gradual, foi aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que considerou novas evidências científicas para proteção contra a doença. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a medida é importante para melhor combater a doença.
A pasta recomendou que o país passe a adotar exclusivamente a vacina injetável no reforço para crianças de 15 meses de idade, que atualmente é feito com a gotinha.
A forma injetável já é aplicada aos bebês de 2, 4 e 6 meses, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Portanto, após um período de transição, as crianças brasileiras que completarem as três primeiras doses da vacina, irão tomar apenas um reforço com a vacina injetável aos 15 meses.
A dose de reforço aplicada atualmente aos 4 anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses vai garantir a proteção contra a pólio. A atualização considerou os critérios epidemiológicos, as evidências relacionadas à vacina e as recomendações internacionais sobre o tema.
Conhecida também como paralisia infantil, a poliomielite é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus, que causa quadro de paralisia. O Brasil tem certificado de erradicação da doença no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa autoridades.
O detalhamento da medida foi feito durante visita da ministra Nísia Trindade à Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (7).
Nela, o Ministério da Saúde também anunciou uma ação de multivacinação para recuperar a boa cobertura vacinal de crianças e adolescentes, já com início no segundo semestre deste ano.
A medida, que a pasta considerou "urgente", tem um financiamento nacional de 150 milhões de reais para os municípios e estados, com público alvo de pessoas até 15 anos. A ação engloba todas as vacinas do Calendário Nacional de Imunização. Os profissionais vão fazer a checagem das cadernetas e atualização com as doses faltantes.
A ação nacional termina no dia 28 de outubro, mas pode ser prolongada, como explica o diretor do Programa Nacional de Imunização, Eder Gatti.
O cronograma começa pelo Norte, no Amapá, com o Dia D em 15 de julho. A prioridade da região, segundo a ministra, é por causa da baixa adesão aos imunizantes e do maior risco de reintrodução de vírus como poliomelite e sarampo.
No Rio de Janeiro, o período da multivacinação vai de 26 de agosto a 9 de setembro, sendo o Dia D em 2 de setembro.
O cronograma termina com o Dia D em Minas Gerais, no Sudeste. O período de vacinação nos municípios é de cerca de 15 dias.