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Velório e sepultamento de Ziraldo serão abertos ao público

O corpo do cartunista será velado no Museu de Arte Moderna, neste domingo (7)

Por João BoueriFernanda Caldas

Velório de Ziraldo será aberto ao público no Rio
Velório de Ziraldo será aberto ao público no Rio
Fernando Frazão/Agência Brasil

Os fãs do cartunista Ziraldo vão poder se despedir do desenhista na manhã deste domingo (7). O velório do dramaturgo brasileiro será realizado no Museu de Arte Moderna, no Centro do Rio de Janeiro, a partir das 10h. A cerimônia será aberta ao público.

Ziraldo Alves Pinto morreu aos 91 anos na tarde deste sábado (6), quando estava em casa no bairro da Lagoa, na Zona Sul da capital fluminense, de causas naturais. O sepultamento está marcado para este domingo (7) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na mesma região, às 16h30, também aberto ao público. 

Criador de personagens como “Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, o cartunista foi o primeiro a lançar um quadrinho feito por um só autor.

Ziraldo nasceu na cidade de Caratinga, em Minas Gerais, em 1932. O artista começou a trabalhar no jornal “Folha da Manhã”, atualmente conhecido como Folha de São Paulo, em 1954. Três anos depois, foi para a revista O Cruzeiro. Ziraldo se formou em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais.

Já em 1960, Ziraldo conheceu o cartunista Maurício de Sousa, que saiu de Bauru, em São Paulo, de trem, em direção ao Rio de Janeiro, para conversar com o desenhista. Na ocasião, os dois artistas não firmaram uma parceria, o que aconteceu anos depois. Maurício de Sousa classificou Ziraldo como “um grande irmão de produção de materiais para crianças.”

Em 1969, o quadrinista foi premiado no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também recebeu o prêmio Merghantealler, da imprensa livre da América Latina.

Onze anos depois, Ziraldo ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura, com “O Menino Maluquinho”. Já em 2012, voltou a vencer com “Os Meninos do Espaço”.

Durante o período da Ditadura Militar, Ziraldo foi o responsável pela fundação e direção do periódico O Pasquim. Após a edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5), Ziraldo foi preso pelos militares. 

Em 2018, Ziraldo ficou internado durante quase um mês no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral hemorrágico. Nos últimos meses, a situação se agravou e o cartunista teve uma sequência de AVCs.

Para homenagear a trajetória do quadrinista, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio, realiza uma exposição que mostra o mundo criativo de Ziraldo. O público pode ver desenhos do cartunista e um caça-palavras com frases do escritor. A entrada é gratuita. 

O presidente da República Lula classificou Ziraldo como um dos “ maiores expoentes da cultura, da imprensa, da literatura infantil e do imaginário do país”. O político disse que o mineiro é “onipresente na cultura popular brasileira” e se solidarizou com os familiares, amigos, parentes e fãs.

O governador do Rio, Cláudio Castro, destacou a contribuição de Ziraldo para a cultura brasileira. Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse que Ziraldo marcou o imaginário brasileiro também como poeta, dramaturgo, cronista e pintor. 

O prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, disse que o Rio vai sentir a falta do cartunista. 

Ziraldo deixa três filhos, Antônio Pinto, Daniela Thomás e Fabrízia Pinto.

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