A venda de imóveis residenciais na Zona Central do Rio aumentou 107,8% entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano. Os dados são do Sindicato da Habitação do Rio. O Centro, que tem uma grande estrutura de comércio, transporte público e esgoto, é marcado pela ocupação majoritariamente empresarial e por áreas com imóveis vazios.
Mas, segundo especialistas, o crescimento pode ter sido impulsionado pelo Programa Reviver Centro, da Prefeitura do Rio. O projeto, implementado em julho do ano passado, prevê benefícios fiscais para novas construções ou reconversão de imóveis em moradias na região.
Comerciantes também esperam que o movimento ajude a recuperar as perdas trazidas pela pandemia de Covid-19.
O vice-presidente do Sindicato da Habitação, Leonardo Schneider, afirma que o Reviver Centro pode trazer benefícios para a economia da região.
O número de unidades previstas para serem construídas no Centro desde julho do ano passado, quando o projeto foi implementado, já é quase 17% maior do que o número de licenças concedidas nos 10 anos anteriores. A Prefeitura recebeu quatro pedidos para novas construções e 12 para reconversão de imóveis. Entre as licenças, está a concedida para a construção do primeiro prédio residencial na Avenida Presidente Vargas desde a década de 1940.
Mas o conselheiro Lucas Faulhaber, do Conselho De Arquitetura E Urbanismo do Rio, faz um alerta sobre a necessidade de políticas voltadas para os moradores atuais do Centro, em sua maioria, de baixa renda.
O objetivo da prefeitura é aumentar a população do Centro em 15% até o final da gestão. Com os pedidos de licença, o município já prevê um aumento populacional de pelo menos 7% no centro.