Vigilantes viram réus acusados de matar pedreiro, na Barra da Tijuca

Justiça do Rio aceita o pedido do Ministério Público do Rio, que denunciou os homens; eles vão responder em liberdade

Por João Boueri

Vigilantes viram réus acusados de matar pedreiro, na Barra da Tijuca Redes Sociais
Vigilantes viram réus acusados de matar pedreiro, na Barra da Tijuca
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Os vigilantes Eduardo do Nascimento Gonçalves e Felipe Oliveira Vieira viram réus acusados de matar o pedreiro Clailton Jorge Pereira da Costa, de 40 anos. A Justiça do Rio aceitou o pedido do Ministério Público do Rio, que denunciou os homens. Eles vão responder em liberdade. O caso aconteceu em janeiro deste ano, dentro do condomínio Del Lago, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio  

A decisão acontece exatamente oito meses depois da juíza Luciana Fiala de Siqueira Carvalho aceitar denúncia contra o pedreiro, que era acusado de furtar 20 metros de fio de cobre para ar-condicionado. Na ocasião, o promotor de justiça José Antônio Fernandez Souto disse que os disparos contra o carro do pedreiro foram realizados para evitar a fuga de Clailton. Ele chegou a ficar sob custódia no hospital. O caso foi arquivado com a confirmação da morte de Clailton Jorge.

Agora, para o Ministério Público os cinco disparos contra Clailton foram efetuados mediante recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima. Em depoimento, os denunciados afirmaram que os tiros foram disparados para atingir o pneu do carro. No entanto, o pedreiro foi atingido na cabeça.  

Neste átimo, o denunciado Eduardo do Nascimento Gonçalves, agindo em comunhão de ações e desígnios com o denunciado Felipe Oliveira Vieira, atingiu Claiton com um projetil de arma de fogo na cabeça, causando a sua morte.'' diz o promotor de justiça Marcos Kac em um dos trechos da denúncia.

O Ministério Público pediu também a prisão preventiva de Eduardo do Nascimento e Felipe Oliveira, mas a Justiça negou com a justificativa de que o promotor de justiça Marcos Kac não apontou nenhum dado concreto que indique interferência dos acusados na investigação. Ainda segundo o juiz Gustavo Gomes Kalil, há indícios de que os denunciados tenham agido em legítima defesa

Segundo os familiares, Clailton Jorge trabalhava há pelo menos seis anos no condomínio de luxo com serviços de obras e construções.  

Outras três pessoas do Grupo Hawk, empresa responsável pela segurança do condomínio, indiciadas pela Polícia Civil por suspeita de alterar as gravações das câmeras de segurança do condomínio, foram retiradas do processo. O laudo pericial apontou que não foram constatadas alterações temporais ou espaciais.

A BandNews FM tenta contato com os acusados.

A defesa da viúva de Clailton Jorge disse que ainda não teve a oportunidade de verificar a íntegra da decisão e, por isso, não irá emitir nenhum comunicado no momento.

Em nota, o Grupo Hawk disse que “opera pautado na prestação de serviços de excelência, e, para tanto, obedece a rígidos processos de seleção, treinamento e qualificação. Além disso, suas licenças e alvarás para atuação estão integralmente de acordo com as regras da Polícia Federal, que possui o registro de todos os contratos e clientes do grupo. Os vigilantes agiram dentro de seu campo de atuação ao acionarem a polícia. Infelizmente, o que ocorreu foi uma fatalidade, que poderia ter sido evitada se a vítima não tivesse tentado fugir e atentar contra a vida dos vigilantes.”

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