Violência sexual: mais de 17 mil casos identificados em unidades de saúde do Rio

Segundo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, no período entre 2017 e 2021, 66% deste total eram de crianças e jovens de 0 a 19 anos

Gabriela Souza

Crianças e jovens de 0 a 19 anos compreendem 66% dos casos Elza Fiúza/Agência Brasil
Crianças e jovens de 0 a 19 anos compreendem 66% dos casos
Elza Fiúza/Agência Brasil

Mais de 17 mil casos de violência sexual foram notificados nas unidades de saúde do estado Rio entre 2017 e 2021. Deste total, 66% eram de crianças e jovens de 0 a 19 anos.

Segundo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, nos casos de violência sexual em crianças de 1 a 4 anos, o pai se destacou como o principal agressor em 24% das notificações.

Foi o caso da filha da dona de casa que preferiu se identificar apenas como Ana. A menina foi abusada pelo próprio pai. E não foi a primeira vez que a história dela foi marcada pela violência sexual. A própria Ana também foi vítima de um abuso cometido pelo primo. Ela tentou denunciar o agressor, mas a família não a ouviu.

A psicóloga comportamental Simone Rosa alerta que é fundamental que os responsáveis pelas crianças fortaleçam a comunicação e não ignorem nenhum tipo de alerta.

A pesquisa da Secretaria Estadual de Saúde traz outro alerta importante. Os abusos sexuais cometidos contra crianças na faixa etária entre 5 e 14 anos de idade tem como responsáveis por amigos ou conhecidos da família.

E não apenas as meninas são vítimas desse tipo de violência. Meninos com idades entre 1 e 4 anos têm o segundo maior número de notificações, correspondendo a 20,3 por cento dos casos.

Desde 2011, com uma portaria do Ministério da Saúde obriga a notificação deste tipo de violência em todos os os serviços de saúde públicos e privados do país.

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