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Vítima de transfobia é espancada em Cabo Frio

Ariela Nascimento, que também é liderança LGBTQIA+, diz que ainda sente muita dor e tem vários hematomas pelo corpo

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Ariela Nascimento
Reprodução

A assessora parlamentar que foi vítima de transfobia afirma que pensou que iria morrer durante as agressões que sofreu em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Ariela Nascimento, que também é liderança LGBTQIA+, diz que ainda sente muita dor e tem vários hematomas pelo corpo.

O caso aconteceu na madrugada de domingo (5), no bairro Manoel Corrêa. A vítima conta que estava em um bar com o namorado, que é um homem trans, quando os dois foram alvo de comentários transfóbicos violentos. Inicialmente, o autor das falas deixou o local após Ariela rebater as afirmações. Ao sair do bar, porém, o casal foi agredido com pedaços de madeira por ele e mais quatro homens.  

Ficou indagando toda hora: 'esse homem gosta de v****. Caraca, esse homem tá ficando com t******.' Foi no momento onde eu questionei o que ele tava falando. Eu virei pra ele e falei: 'poxa, meu namorado realmente namora uma travesti. E você, sente vontade de namorar uma? Aí ele foi ignorou a resposta e foi embora. Quando saímos do bar, ele, com mais quatro homens, já estava do outro lado com madeira na mão para poder me agredir. E aí foi muita madeirada, muito chute na minha cabeça.

Ariela teve uma fratura no punho e ficou com marcas das agressões na cabeça, no rosto, no braço e nas costas. Ela deve passar por exame de corpo de delito nesta segunda-feira (6).

Foi muita sorte, meus orixás me protegendo, porque o que passava pela minha cabeça é que 'acabou minha vida, acabou minha vida'. Só passava isso no momento em que eu era agredida. Os hematomas estão no corpo inteiro e psicologicamente ainda estou muito abalada, mas a gente tem que estar sempre mostrando força, para que outras consigam se espelhar e entender que o que aconteceu comigo pode acontecer com outras amanhã.

Ela foi levada até uma unidade de pronto atendimento também em Cabo Frio e afirma que teve que aguardar até oito horas para finalizar o atendimento, já que o local não tinha ortopedista. Segundo eles, uma amiga que acompanhava o casal ainda foi agredida por um dos seguranças da UPA. Em nota, a Prefeitura de Cabo Frio afirma que a unidade vai apurar o episódio. O município diz que uma equipe levou o casal até o Hospital Central de Emergência e depois ainda os levou de volta para casa, em Niterói, na Região Metropolitana.

O caso é investigado como transfobia pela delegacia da região. Ariela e o namorado prestaram depoimento e descreveram as características dos suspeitos aos policiais. O casal também deu o endereço exato onde aconteceram as agressões, para que imagens de câmeras de segurança possam ajudar a identificar os autores.  

Ariela trabalha com Benny Briolly, primeira vereadora trans de Niterói. Pelas redes sociais, a parlamentar prestou solidariedade e disse que vai procurar as medidas cabíveis para que todos sejam responsabilizados pelo crime de transfobia.  

Sobre a demora no atendimento médico, a Prefeitura de Cabo Frio foi procurada, mas ainda não respondeu.

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