Volume de serviços no país fica estável em maio, aponta IBGE

Segundo o Instituto, o setor está 12,7% acima do nível de fevereiro de 2020, pré-pandemia, e 0,9% abaixo de dezembro de 2022, quando foi registrado o ponto mais alto da série histórica

Por João BoueriLuanna Bernardes

Volume de serviços no país fica estável em maio, aponta IBGE
IBGE
Divulgação

O volume de serviços no país ficou estável em maio, na comparação com abril. Segundo o IBGE, o setor está 12,7% acima do nível de fevereiro de 2020, pré-pandemia, e 0,9% abaixo de dezembro de 2022, quando foi registrado o ponto mais alto da série histórica. No confronto com o mesmo período do ano anterior, o volume de serviços teve alta de 0,8%.  

Três das cinco atividades investigadas tiveram taxas negativas, com destaque para os transportes, com queda de 1,6%. Os demais recuos vieram de informação e comunicação (-1,1%) e de outros serviços (-1,6).  

Na análise do economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV Stéfano Pacini, o setor de transportes tem influência, por causa da situação atual das passagens aéreas.Para ele, como a área teve alta forte no mês passado, era esperado que a taxa recuasse em maio.

Bom, dentre os resultados negativos o que mais influenciou, o que teve maior queda foi o do segmento de transportes e aí esse resultado de transportes ele tem uma influência muito forte de passagens aéreas, de serviços de transportes aéreos, não só nesse mês, mas também no mês passado, no mês passado a gente teve uma alta muito forte no volume de serviços de transportes aéreos e quando a gente tem uma alta muito grande é natural que a gente tem o resultado compensatório depois, foi um resultado pontual no mês de abril que fez crescer muito e agora teve uma queda muito forte, mas é uma queda que mantém o nível, o patamar do indicador de volume de serviços ainda acima do observado no mês de março. Então é natural esse resultado de compensação. Se por um lado a gente teve um volume muito grande no mês de abril, em maio não foi tão grande assim. Mas sim, foi uma queda significativa que influenciou muito o resultado todo.

Por outro lado, os serviços prestados às famílias tiveram elevação de 3%. Houve aumento também no segmento de profissionais, administrativos e complementares (0,5%).  

Para o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o setor pode ter sido influenciado pelo Dia das Mães, comemorado no dia 12 de maio.

No campo positivo, o destaque ficou com os serviços prestados às famílias em função do aumento da receita vinda dos restaurantes, talvez motivado pela ocorrência do Dia das Mães.

As atividades turísticas tiveram queda de 0,2% em maio, na comparação com abril. Com o resultado, o segmento de turismo está 4,6% acima do patamar pré-pandemia, mas 3% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Para o IBGE, os desastres provocados pelas enchentes no Rio Grande do Sul impactaram o desempenho do setor. No estado da Região Sul do país, a queda foi de 32,3%. O segundo maior recuo foi no Paraná, com retração de 2,8%.

O turismólogo Rogeres Marques é gerente da empresa de turismo Reptur, com sede no município de São Leopoldo, ))no Rio Grande do Sul. Em maio, a agência não conseguiu vender pacotes de viagens. Ele contou à BandNews FM, que, gradualmente, o setor tem mudado. Os moradores estão preferindo sair do estado, em vez de viajarem para cidades como Bento Gonçalves, Canela e Gramado, na Serra Gaúcha.

O que eu estou percebendo é que ele está retraído ainda, porque o pessoal ainda tem muito medo da nossa estrada e não parou ainda de chover. Então assim, o movimento de turismo, principalmente antes que o nosso forte era a Serra Gaúcha aqui, tem até hotéis que estavam fechados ainda, não conseguiram ainda o movimento para abrir eles. O mês de maio, que quando deu tudo, nós tivemos zero de viagem mesmo, e o meu forte aqui, na nossa aqui, é rodoviário. O que a gente fez agora? Nós estamos apostando para ir para os outros estados, né?.

No acumulado de 2024, o volume de serviços teve alta de 2% frente a igual período de 2023.

Regionalmente, 19 unidades federativas registraram retração no volume de serviços em maio. Entre os locais que apontaram taxas negativas nesse mês, o impacto mais importante veio de Minas Gerais, com queda de 2,9%, seguido por Santa Catarina, Bahia , Maranhão e Distrito Federal.

Já Mato Grosso exerceu a principal contribuição positiva do mês, com alta de 6,2%, seguido por Tocantins, Rio Grande do Sul e Paraná.

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