Boleto Pix é mais seguro? Especialista explica mudança do Banco Central

Resolução do órgão entra em vigor nesta segunda-feira (3), com promessa de agilizar cobranças em método de pagamento

Por Luiza Lemos

Boleto Pix é mais seguro? Especialista explica mudança do Banco Central
Boletos ganham nova camada de segurança
Reprodução/Agência Brasil

Com a possibilidade de pagar boletos via Pix, o Banco Central anunciou que usuários do método de pagamento terão maior segurança em transações do tipo. A resolução aprovada pelo órgão em dezembro entrou em vigor nesta segunda-feira (3), prometendo maiores vantagens aos usuários. 

A principal mudança é o pagamento Pix via QR code, que antes era opcional para as empresas e, hoje, será obrigatório. Rafael Maia, head da TIVIT Techfin, desenvolvedora de software, explica que a medida traz segurança total contra as fraudes de boletos falsos. 

Como o Pix é regulado pelo Banco Central, todas as transações são rastreáveis. Além disso, é possível verificar se o QR está no site oficial da empresa antes de pagar o boleto - Rafael Maia

A praticidade também é um diferencial na mudança, segundo Rafael Maia. "O pagamento por QR code do Pix permite que o pagamento seja compensado imediatamente, sendo que antes ele poderia levar até 3 dias para ser validado", pontua.

A nova norma do Banco Central, segundo Rafael, também obriga que todos os boletos sejam registrados antes do pagamento, impedindo a criação de boletos falsos. "Se alguém tentar mudar o boleto, seja os códigos de barras ou beneficiários, o banco também pode identificar a fraude antes do pagamento", diz. 

Com o novo boleto, Rafael Maia indica que há benefícios também para empresas. "Para quem cobra via boleto, a medida reduz fraudes, evita inadimplência e melhora o fluxo de caixa ao garantir que os valores serão corretamente identificados e pagos", avalia. 

Além do Pix, boletos ganham novas camadas de segurança

Rafael Maia, da TIVIT Techfin, explica que nos últimos anos os boletos ganharam maior segurança, para driblar os famosos golpes. "Atualmente, o método precisa de registro obrigatório pela Nuclea, sistema autorizado para registrar ativos financeiros", diz. 

Além disso, os pagamentos agora podem ser feitos em qualquer banco e há o cálculo automático de juros, aumentando a agilidade em pagamentos e diminuindo a inadimplência. 

Banco Central vai fiscalizar os boletos?

O órgão monitora o sistema financeiro para identificar ameaças e riscos, além de boletos fraudulentos. Mas não fiscaliza boleto por boleto. "O Banco Central apenas define regras para que bancos e fintechs garantam segurança no processo. A fiscalização é feita pela Nuclea, que centraliza e registra todos os boletos", explica Rafael. 

Como reconhecer um boleto falso?

Apesar das mudanças, é preciso estar ligado com possíveis fraudes e golpes que possam surgir a partir de boletos suspeitos. O head da Techfin indica que cuidados simples podem evitar transtornos e prejuízos:

  • Confira o nome do beneficiário: se for pagar a conta da faculdade, mas o nome no boleto for de uma empresa desconhecida, desconfie;
  • Código de barras estranho: os três primeiros números do código devem corresponder ao banco emissor;
  • Evite links suspeitos no WhatsApp ou e-mail: se recebeu um boleto por mensagem, verifique no site oficial antes de pagar.
     

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