Brasil tem as cidades mais baratas para morar na América Latina, revela pesquisa

Porém, o levantamento divulgado pelo QuintoAndar indica que o valor de compra ou aluguel de imóveis compromete a renda familiar

Da redação

Brasil tem as cidades mais baratas para morar na América Latina, revela pesquisa Diogo Moreira/Governo de SP
Brasil tem as cidades mais baratas para morar na América Latina, revela pesquisa
Diogo Moreira/Governo de SP

Uma pesquisa divulgada pelo QuintoAndar nesta quinta-feira (29) revela que das 12 cidades mais populosas da América Latina, as grandes metrópoles brasileiras são as mais baratas para se morar. Buenos Aires é a cidade mais cara para alugar ou comprar um imóvel.

Segundo a publicação, o Brasil aparece com apenas uma cidade entre as cinco mais caras para comprar um imóvel, que é Brasília na 5ª posição, e só com uma entre as cinco com o aluguel mais caro, sendo São Paulo em 4º lugar.

O levantamento foi feito com base nas buscas e anúncios feitos nos portais Zonaprop, da Argentina, Imovelweb e Wlmóveis, do Brasil, Plusvalia, do Equador, Inmuebles24, do México, Compreoalquile, do Panamá, Adonde Vivir e Urbania, do Peru. A pesquisa foi feita entre junho de 2021 e julho de 2022.

O estudo foi realizado em sete cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre; e em cinto capitais da América Latina: Lima, Buenos Aires, Quito, Cidade do Panama e Cidade do México. Juntas, as metrópoles somam mais de 55 milhões de habitantes.

“Esse estudo ajuda a mapear um mercado relevante de moradia e carente de informação de qualidade. E contribui com nossa missão de auxiliar as pessoas a morarem melhor, uma vez que democratizar o acesso a esses dados permite uma tomada de decisão mais assertiva e empoderada.“, ressalta Bruno Rossini, diretor de Comunicação do QuintoAndar.

Como fora do Brasil os imóveis são listados tanto em moeda local como em dólar americano, foi feita uma conversão de todos os dados para dólares americanos usando a taxa média mensal de fechamento do mês em que o anúncio foi criado para permitir uma comparação.

Aluguel e compra de imóveis no Brasil 

Apenas 3 das 12 cidades analisadas apresentam um percentual inferior a 30% com o aluguel, ou seja, comprometimento de renda - considerado o limite recomendado por especialistas. As três são brasileiras: Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Quando se fala na compra de imóveis, 11 das 12 cidades analisadas aparecem com o índice de acessibilidade financeira alarmante, ou seja, o indicador revela que o investimento para comprar um imóvel compromete a renda familiar em um período de 7 a 10 anos. A única exceção é Belo Horizonte, mas que possui indicador preocupante. 

“Os valores de comprometimento para compra são bastante similares e também indicam uma baixa acessibilidade financeira. Já os valores no aluguel apontam para um mercado formal descolado da renda familiar média. No caso da Cidade do México, há uma fatia expressiva do mercado que atende estrangeiros, que tipicamente têm renda muito mais elevada que a família média local”, ressalta o economista Vinicius Oike.

Compra e venda de imóveis 

O metro quadrado em Buenos Aires, na Argentina, custa, em média, US$ 2.479. É o mais caro entre todas as analisadas. Brasília aparece na quinta posição. 

Aluguel na América Latina

Buenos Aires, na Argentina, aparece no topo do ranking do preço do metro quadrado anunciado nas 12 cidades analisadas. O valor médio nos últimos 12 meses foi de US$ 11,8. Isso significa que um apartamento de 50 metros quadrados não sai por menos de US$ 590 por mês. 

“Durante a pandemia, houve uma curiosa combinação de fatores que se traduziu num pequeno boom imobiliário. E é possível perceber que o mercado na América Latina está hoje, em boa parte, aquecido. A Argentina é uma exceção: Buenos Aires vive um cenário de muita oferta e pouca procura. Ainda assim, com a inflação em alta, os preços de imóveis na capital são comparativamente maiores que os de outras cidades da região”, explica o economista Vinicius Oike.