Economia

De cashback a frete grátis: consumidor busca mais que descontos na Black Friday

Clientes também levam em conta vantagens na hora de escolher qual a melhor oferta

Vanessa Selicani, do Metro Jornal

Procura por cashback teve a maior alta: 38%
Procura por cashback teve a maior alta: 38%
Unsplash

A Black Friday começa para valer nesta sexta-feira (26) com público mais antenado nos detalhes do bom negócio de uma compra. Com descontos mais apertados por conta da inflação que encarece os produtos e reduz a margem de negociação dos lojistas, o consumidor vai levar em conta vantagens como frete grátis, cashback e cupons na hora de escolher qual a melhor oferta, segundo análise feita pelo Google. 

De acordo com o levantamento da empresa de tecnologia, que comanda o site de buscas mais usado no mundo, a procura por cashback teve a maior alta: 38% entre 14 e 20 deste mês, na comparação com a mesma semana do ano passado. 

“Preços e produtos são parecidos nas lojas, mas detalhes, como o cashback, fazem diferença. Está é a Black Friday do cashback. As pessoas entendem que o valor da promoção não chega no preço que gostariam, mas há possibilidade de receber até 25% sobre o produto de volta. Vale a pena se você pensa em itens mais caros como uma TV”, afirmou o gerente sênior de Insights e Analytics do Google, Rodrigo Chamorro. 

O cashback é bastante popular nos Estados Unidos desde a década de 1990 e vêm ganhando espaço também no Brasil. Ele permite que, após cadastro, parte do valor comprado retorne em bônus ou depósito na conta. Para o lojista, a vantagem é a fidelização do cliente. 

Outros termos com alta na procura são cupom (7%), retirada na loja (6%) e frete grátis (3%). Já promoção e frete rápido caíram, respectivamente, 4% e 17%. 

“O frete rápido foi muito procurado no ano passado por conta das restrições no comércio com a pandemia. Mas, neste ano, quem precisa de algo com mais urgência já opta por retirar na loja”, explicou. 

Entre os produtos que mais cresceram em buscas na última semana, comidas e bebidas ganham destaque, itens que no início da Black Friday, em 2010, não faziam parte dos participantes. Dos 11 objetos de desejo mais buscados, seis são alimentícios. 

“É interessante ver o próprio movimento de novembro todo, com promoções nos supermercados bem forte. A Black Friday não é apenas para compra de impulso, mas é uma forma de viabilizar muita coisa em momento difícil de queda de renda ao consumidor”, analisou Chamorro. 

Outros objetos na lista do brasileiro para as promoções da data, como botas, roupas de ginástica e relógios inteligentes, são vistos por Chamorro como reflexo da volta das pessoas às ruas após a pandemia. 

Fique esperto para não cair em fraudes; veja principais golpes

  • Promoções enganosas - Preço sobe semanas antes e baixa para o valor padrão no dia da Black Friday. Dessa forma, o consumidor tem a percepção de que o item está em oferta. Use sites de acompanhamento de preço e faça pesquisas antes.
  • Publicidade enganosa -  Cliente é atraído por um preço na divulgação e se depara com outro valor no site ou na loja física. Um golpe comum são produtos que aparecem com preço diferente no carrinho, quando o cliente finaliza a compra no site. Faça prints e guarde provas dos valores para conseguir reclamar depois. Compras no cartão de crédito são mais fáceis de cancelar.
  • Sites falsos - Criminosos criam réplicas falsas de sites famosos com promoções imperdíveis. Ao comprar, os dados pessoais e o dinheiro são roubados. Para se proteger, observe se à esquerda do endereço do site tem uma imagem de cadeado. Também averigue se o site tem a sigla “https” no endereço da web. Busque sempre páginas oficiais.
  • E-mails falsos -  São enviados como se fossem de lojas verdadeiras e oferecem descontos atrativos. O usuário é enviado a um site fraudado e tem seus dados e dinheiro roubados. Não clique em links. Entre no site da loja pelo buscador e confira se a promoção existe.

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