Governo anuncia fim de programa de descontos após venda de 125 mil carros

Vice-presidente Geraldo Alckmin divulgou o balanço do programa nesta sexta-feira (7); descontos para aquisição de caminhões e ônibus novos continuam

Da Redação

Governo anuncia fim de programa de descontos após venda de 125 mil carros
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Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (7), o fim do programa de carros mais baratos com a liberação de todos os recursos disponibilizados para as montadoras na forma de créditos tributários convertidos em descontos ao consumidor. 

“O programa facilitou o acesso da população ao carro zero e deu novo fôlego à cadeia automotiva, que emprega 1,2 milhão de pessoas. A estimativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) é de que 125 mil unidades tenham sido comercializadas com descontos”, informou o Ministério da Indústria e Comércio. 

Em coletiva de imprensa, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin lembrou a importância da regra de exclusividade de venda para pessoas físicas, aplicada nas primeiras semanas do programa e que durou até os desembolsos atingirem R$ 500 milhões. “Só para pessoas físicas, nos 500 milhões, foram vendidos 95 mil veículos”, comentou.

Ao todo, foram liberados R$ 650 milhões dos R$ 800 milhões disponíveis. Os R$ 150 milhões restantes irão compensar a perda de arrecadação de impostos provocada pelos descontos no preço final, segundo determina a medida provisória que instituiu o programa.

Juros e tributos

Na coletiva, Alckmin reafirmou o caráter emergencial e de curto prazo do programa, lembrou que o governo trabalha também em medidas estruturantes para aumentar a produtividade e a competitividade da indústria – destacando, de um lado, a redução da taxa de juros e, de outro, a aprovação da reforma tributária.

A aprovação da reforma tributária é muito importante para o país e para a economia brasileira, especialmente para a indústria, que é supertributada. É o primeiro passo para sair do manicômio tributário”, afirmou.

“Durante toda a campanha eleitoral destacamos a importância de uma agenda de competitividade. E um dos primeiros itens dessa agenda é ter um sistema tributário que desonere totalmente investimento, desonere completamente exportação, diminua a judicialização, simplifique e reduza custo Brasil”, reforçou.

Recordes

Sobre o sucesso do programa do carro mais barato, o ministro compartilhou alguns números divulgados pelo setor automotivo. “O mês de junho foi recorde: 190 mil unidades emplacadas”, disse ele, lembrando que o volume é cerca de 15% superior ao comercializado em igual período do ano passado e também em relação a maio deste ano.

“Tivemos casos de carros, alguns modelos, que a venda aumentou 236%. E em um único dia (30 de junho), vendeu 27 mil [unidades]. É o recorde histórico. Nunca houve na história da indústria automobilísticas”, informou o vice-presidente e ministro.

Os créditos por montadora, com base nos pedidos e relatórios entregues ao ministério, ficaram assim divididos: 

  • FCA Fiat Chrysler, R$ 230 milhões; 
  • Volkswagen, R$ 100 milhões; 
  • Renault, R$ 90 milhões; 
  • Hyundai, R$ 80 milhões; 
  • GM e Peugeot Citroen, R$ 50 milhões cada; 
  • Nissan e Toyota, R$ 20 milhões cada; e 
  • Honda, R$ 10 milhões.

Descontos maiores

A definição de faixas de descontos do programa levou em conta três critérios: menor preço, eficiência energética e conteúdo nacional. Quanto maior a pontuação nesses critérios, maior o desconto patrocinado pelo governo – que variou de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros até R$ 120 mil.

O vice-presidente frisou, ainda, que muitos dos carros comprados no mês passado ainda não foram emplacados. “Nos últimos dias de junho foram faturados 79 mil veículos. Só que não foram emplacados. Eles serão emplacados em julho. Então, julho vai dar um salto (também)”, pontuou. 

“Eu diria que, fazendo aqui um balanço, veículos leves foram um sucesso. Está terminando. Este fim de semana deve estar encerrando (as vendas na ponta). Para caminhão e ônibus continua, com objetivo é renovar a frota e poder ajudar nessa transição tecnológica”, disse Alckmin.

Ônibus e caminhões

Na modalidade de veículos pesados, o programa continua. Para caminhões, foram requisitados pelas montadoras, até o momento, R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis. Para ônibus, R$ 140 milhões de R$ 300 milhões.

“Esse vai mais devagar”, ponderou o ministro, “porque você tem que adquirir um ônibus ou caminhão e tirar de circulação. Nós fizemos uma reunião esta semana com a Anfavea, e eles disseram que os Detrans estavam lentos em dar baixa em caminhão e ônibus velhos. E enquanto não der baixa, não tem crédito tributário, não consegue comprar o novo. Falei com o Denatran, e eles se responsabilizaram em conversar com todos os Detrans”.