Após críticas ao governo federal sobre a possibilidade de pagar voucher de R$ 400 aos caminhoneiros como forma amenizar o impacto da alta dos combustíveis, o Palácio do Planalto e aliados congressistas estudam aumentar o valor para R$ 1 mil. A reportagem da Band, em Brasília, apurou a informação com líderes governistas na Câmara Federal.
A medida do governo objetiva acalmar os ânimos dos caminhoneiros, mas o valor pode ser insuficiente. Inclusive, a categoria ressalta que pode haver paralisação por falta de condições de trabalho devido à alta do diesel, combustível usado nos caminhões.
O caminhoneiro Edvan Ferreira, que foi porta-voz da greve dos caminhoneiros em 2018, no Piauí, criticou a possibilidade de criação do voucher. Segundo ele, as promessas de ajuda financeira do governo federal à categoria nunca saíram do papel.
“As promessas de ajuda financeira por parte do atual governo direcionadas a categoria nunca saíram do papel. Sempre foram estratégia para evitar possíveis paralisações”, lamentou Ferreira em entrevista à Band.
Legislação proíbe benefícios
Além da insatisfação dos caminhoneiros, o governo ainda enfrenta o entrave eleitoral. Em ano de eleição, a legislação proíbe a criação de programa social por parte do Executivo, pois pode ser considerado compra de votos.
Uma das alternativas do Planalto, portanto, é a criação de uma Proposta de Emenda À Constituição (PEC), o que deixaria a cargo do Congresso a promulgação de uma lei que cria o benefício aos caminhoneiros em ano eleitoral. Com isso, o texto pode ser aprovado sem que o presidente da República o assine e incorra em crime eleitoral.
Em ano eleitoral, um programa social só pode ser criado em caso de calamidade pública ou estado de emergência.
Frente Parlamentar dos Caminhoneiros critica
Nesta manhã, a Frente Parlamentar dos Caminhoneiros (FPC) criticou a alternativa estudada pelo governo para beneficiar a categoria. A entidade chamou o possível auxílio, em ano eleitoral, de “presepada”.
A exigência da FPC é a revogação da paridade de preço internacional dos combustíveis na Petrobras. O deputado Nereu Crispim, presidente da FPC, disse que nem R$ 5 mil resolveria a situação dos caminhoneiros.