Economia

Inflação volta a acelerar; combustível mais caro deve afetar preço de alimentos

No Desenrola Economia, a colunista Juliana Rosa explica os motivos das altas nos preços de itens como alimentos, roupas e eletrodomésticos

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A inflação voltou a acelerar em junho, segundo a prévia do índice oficial do país, o IPCA-15. A coleta de preços do IBGE mostra quedas nos preços da cenoura (-27,52%), do tomate (-12,76%), da batata-inglesa, hortaliças, verduras e frutas. Isso porque os problemas climáticos do começo do ano diminuíram e a produção agrícola aumentou. 

Mas, os preços de alimentos ainda estão caros. Primeiro porque o combustível caro encarece toda uma cadeia de produtos que circulam pelos caminhões, o frete fica mais caro. Roupas, sapatos, eletrodomésticos, que tem a ver ainda com a falta de matérias primas por conta dos gargalos logísticos com a guerra na Ucrânia, as paradas de produção na china por causa da covid.

Olhando ora frente tem muito risco ainda. Os combustíveis podem aumentar de novo. o governo tenta segurar preços, mas isso não esta claro ainda.

A redução de impostos e as medidas que também devem sair como vale caminhoneiro, aumento do valor do Auxílio Brasil e vale gás ajudam a reduzir a inflação este ano. 

Mas os problemas que podem estourar no ano que vem já pesam agora, com aumento do dólar. O risco que se vê é que medidas temporárias se tornem permanentes e não tenha dinheiro para bancar as despesas que permanecem no mesmo patamar, sem nenhum corte como contrapartida. 

O remédio amargo para reduzir a inflação é a alta de juros, que deve fazer efeito mais forte a partir de agora na economia, encarecendo crédito. Então, a inflação cai as custas de menor crescimento.

É um problema mundial, mas aqui temos que ter cuidado para não colocar mais lenha na fogueira tentando apagar o fogo de curto prazo.

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