Economia

"Super quarta": entenda a maior alta de juros nos EUA desde 1994

No Desenrola Economia, a colunista Juliana Rosa explica como a alta de juros pode ser determinante para o comportamento do preço do dólar

Por Juliana Rosa

Quando o Banco Central americano sobe os juros, a tendência é de alta do dólar. Isso porque uma parte uma parte dos investidores que estão em países emergentes migra para os Estados Unidos, em busca de rentabilidade mais alta e mais segura.

Com isso, a moeda americana se valoriza e a nossa, de países emergentes, perde o valor. O efeito de curto prazo é:lenha na inflação. O dólar mais alto não afeta só quem vai para Disney, para Miami, mas afeta você aqui no Brasil.

Há vários produtos que são cotados em dólar. O trigo, por exemplo, porque importamos a maior parte da Argentina, o que encarece as farinhas, pães, massas e biscoitos. Alta do dólar também encarece combustíveis, que são negociados internacionalmente.

O Banco Central dos Estados Unidos foi agressivo na alta de juros agora de junho, o aumento de 0,75 ponto percentual foi o maior desde 1994. O objetivo é desestimular o consumo para reduzir a inflação que esta no maior patamar em 40 anos.

E o país já avisou que vai continuar subindo nos próximos meses, mas não necessariamente nesse ritmo agressivo.

Se por um lado o ritmo agressivo de juros nos Estados Unidos eleva o dólar e cria uma pressão inflacionaria de curto prazo, no médio prazo vai fazer a economia americana crescer menos, consumir menos e reduzir preços internacionais, principalmente do petróleo.

Agora cabe ao Banco Central no Brasil avaliar o que vai pesar mais daqui pra frente: a pressão de curto prazo ou o alívio mais pra frente.

Também vai ser necessário avaliar se vale ou não continuar subindo juros, o que tem atrapalhado o crescimento econômico. Os juros no Brasil descontando a inflação são os mais altos do mundo, o que tem encarecido crédito num momento em que muitas famílias e muitas empresas estão endividadas.

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