Aécio sugere que Doria siga seu "exemplo" e desista de candidatura à Presidência

Político apontou rejeição indicada por pesquisas como maior entrave à pré-candidatura

Da redação, com Rádio Bandeirantes

O deputado federal Aécio Neves (PSDB) sugeriu, em entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta segunda-feira (11), que o ex-governador João Doria (PSDB) siga o “exemplo” dele em 2010 e desista de disputar a Presidência da República para se tornar “credor” do PSDB. 

O político apontou a rejeição indicada pelas pesquisas como o maior entrave à pré-candidatura do ex-governador de São Paulo.  “Independentemente da minha não-relação com Doria, seu governo em São Paulo tem méritos e virtudes, pode ser que essa rejeição altíssima que ele tem, maior que todos os candidatos, inclusive maior que do Lula e do Bolsonaro, seja até injusto. Não entro no mérito. Mas ela (a rejeição) é real. Se a gente quer uma candidatura competitiva, ela tem que passar primeiro pelo consenso desses partidos (da terceira via) e o governador de São Paulo não é apoiado por nenhum”, disse.  

Doria foi escolhido como pré-candidato do PSDB à Presidência em convenção prévia do partido em novembro do ano passado. 

Apoiador da pretensão do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) de concorrer ao Planalto, Aécio diz que a vitória de Doria nas prévias não reflete mais o desejo do partido. “Eu tenho trabalhado para levar o nome do governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite pelo menos à avaliação desse conjunto de partidos, porque essa chamada ‘terceira via’ estava obstruída por candidatos – repito, legítimos, mas com uma rejeição que impedia seu crescimento”, avalia. 

Segundo o deputado, parlamentares que votaram no ex-governador João Doria nas prévias já não estão mais no PSDB. “Um grupo de parlamentares que ajudou a dar a vitória ao Doria já não está no PSDB. Se nós fizéssemos apenas com esses que saíram, deputados federais e estaduais, o resultado seria oposto, teria vencido o Eduardo”, garante.

Ao citar o próprio exemplo, ressaltando que em 2014 foi escolhido pelo partido para concorrer ao Planalto depois de ter desistido quatro anos antes em favor do senador José Serra (PSDB), o deputado cobrou o mesmo “desprendimento” de João Doria. “Chegamos muito perto de vencer”, lembra.