Eleições

Arthur do Val diz que cotas institucionalizam o preconceito: "não segrego as pessoas no plano de governo"

Da Redação

Arthur do Val é o entrevistado do Band Eleições desta semana
Arthur do Val é o entrevistado do Band Eleições desta semana
Band Eleições

O Band Eleições desta quinta-feira, 5, recebe o candidato à prefeito de São Paulo pelo Patriota Arthur do Val - o Mamãe Falei. O programa tem a apresentação da Sheila Magalhães e participação do jornalista Juliano Dip.

Na entrevista, ao ser questionado sobre políticas públicas para minorias que sofrem preconceito na sociedade, o candidato disse que medidas do tipo segregam ainda mais; ele também criticou a política de cotas.

"Como faz para separar um do outro? Como impedir um loiro de olhos azuis não se declarar negro para a lei? Vamos criar um tribunal racista, que mede tom de pele, tamanho de beiço e nariz?", questionou. 

"Não segrego as pessoas no meu plano de governo. Nem eu e nem nenhum outro candidato citamos a palavra anão no plano de governo e isso não significa que nos importamos menos com eles".

Para o candidato, se a sociedade segrega e trata alguém de forma diferente, o poder público "legitima" essa segregação ao criar projetos para tentar amenizar esse cenário. "Eu acredito que fazer projetos objetivos para todos se beneficiarem é dar oportunidades iguais a todos (...) não vou criar cotas para as pessoas se classificarem, isso é a institucionalização do preconceito", definiu. 

Da periferia para o centro

Sobre o problema de moradia na cidade, Arthur do Val aposta suas fichas em uma total revisão do Plano Diretor, levando o morador da periferia ao centro de São Paulo. "O prefeito fala que vai construir [moradia], não vai construir nada, é mentira", afirmou.

"Sapopemba, por exemplo, tem uma densidade de 22 mil habitantes por km²; no centro são 5 mil habitantes por km². Nós vamos furar essa bolha e deixar as pessoas entrarem".

O candidato também planeja trabalhar na problemática da cracolândia com a revisão do Plano Diretor. Segundo ele, muitos prédios abandonados do centro são usados como fortalezas para o traficante de droga. A internação compulsória e o combate ao tráfico também estão entre as medidas para a região.

Ainda nesta questão, Arthur comentou a recente desavença que teve com o padre Júlio Lancellotti, conhecido pelo trabalho com moradores de rua. Na ocasião, o candidato chamou o religioso de “cafetão da miséria”.

“O Júlio apoia o MTST, o [candidato a prefeito Guilherme] Boulos [do Psol], faz live com o [ex-presidente petista] Lula; é um padre com atuação política. Infelizmente, há pessoas se escondendo atrás da igreja para fazer militância”, enfatizou. 

Troca de radares e suspensão do rodízio

Para Arthur do Val, os radares de velocidade na metrópole não têm critério educativo e são apenas instrumentos de arrecadação. “Você nem é avisado sobre as multas. Vai lá consultar sua situação no Detran porque com certeza tem multa ali que você tomou e nem recebeu”.

“Nós vamos trocar todos os radares, que são pouco mais de 1,3 mil na cidade, e colocar lombadas eletrônicas. Aí sim você reduz os acidentes e o infrator é educado a reduzir a velocidade”, acrescentou. 

Sobre o rodízio de veículos na capital, para o candidato, a medida que deveria evitar o trânsito acaba piorando esse cenário. “Há diversos estudos no mundo que mostra que o rodízio aumenta o trânsito, porque quando você tem o carro, ou você desvia a rota pelo bairro – gerando mais tráfego - ou compra um carro mais velho, que polui mais e é menos seguro”. 

Por fim, o candidato do Patriota quer acabar com o que ele definiu como máfia do transporte público em São Paulo. “Essa máfia arrecada mais do que a própria prefeitura”, disse. “Além do subsídio absurdo, que esse ano passa de R$ 5 bi, a máfia ainda arrecada com o passageiro. O que eu vou fazer é abrir a concorrência para empresas, não só no Brasil, mas no mundo, para competir pelo passageiro paulistano”, concluiu.

Assista ao programa na íntegra: