O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou na tarde desta quinta-feira (31), em evento público, que vai renunciar ao cargo para concorrer à Presidência da República. “Sim, serei candidato à Presidência da República pelo PSDB. Pelo PSDB, o nosso partido, o partido da social democracia brasileira”, disse. 

“É hora de enfrentarmos as adversidades coletivamente e não individualmente, criar uma frente ampla e um time poderoso pelo Brasil. Construir, sim, a melhor via para o nosso País e a melhor via é a via da união”, afirmou em discurso. 

O anúncio foi feito após em dia marcado por conflitos entre Doria e aliados, no partido e no governo, depois da divulgação notícia de que ele estaria cogitando deixar a disputa pelo Palácio do Planalto.

Ele passou o cargo ao vice, Rodrigo Garcia (PSDB), que assume o governo de São Paulo dia 2 de abril. "Cumpri a minha obrigação", disse Doria.

Em clima de despedida, Doria fez vários elogios a Rodrigo Garcia, com quem teria se desentendido no dia anterior. "Amigo, parceiro, colega, dedicado. Ajudou a governar São Paulo como uma empresa privada. Ele foi nosso CEO, como dizem os americanos. Ao longo desses dois anos e três meses, São Paulo teve o privilégio de ser governado por dois governadores", disse o tucano. 

Em discurso no mesmo evento, Rodrigo Garcia, que assume o Palácio dos Bandeirantes e deve se candidatar à reeleição, se despediu de Doria no governo. “Ninguém está aqui para te dizer adeus, estamos aqui para te dizer um até breve. Portanto, hoje, não sou eu que tenho que brilhar aqui, é você. Estamos aqui, por você, para te dizer esse até breve”, disse Garcia.

Mais cedo, em almoço com aliados, Doria e seu vice se reconciliaram. O rompimento evitado abre caminho para que Garcia assuma o cargo e leve adiante o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Bandeirantes pelo PSDB.

No início da tarde, em nota oficial, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, reafirmou nesta quinta-feira (31), no início da tarde, que o governador de São Paulo, João Doria, “é o candidato a presidente da República” pelo partido. 

A confusão no PSDB tem como vetor a disputa entre Doria e a cúpula da legenda, que apoia uma candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Rodrigo Leite, derrotado nas prévias do partido, mas que renunciou ao cargo na expectativa de substituir o político paulista. 

“Dória é o escolhido das prévias e eu respeito isso”, disse Leite nesta quinta-feira (31).

Adversários

João Doria aproveitou para alfinetar quem “mudou o título para ser candidato em São Paulo”. Ele não citou nomes, mas um dos adversários de Garcia no pleito, Tarcísio de Freitas, mudou seu domicílio eleitoral recentemente para o estado.

"Representamos a continuidade desse projeto de alguém que já foi secretário de quatro pastas diferentes (Rodrigo Garcia), que não vem a poucos dias do prazo eleitoral, mudar o título para São Paulo para ser candidato", disse. 

O pré-candidato também atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro. 

“Pesquisas mostram que nem Bolsonaro, nem Lula tem a confiança da maioria dos brasileiros. A rejeição de um é que alimenta a escolha pelo outro”, disse, atacando adversários na corrida pelo Palácio do Planalto.