O ex-presidente Lula (PT) e candidato à presidência da República criticou o uso eleitoral do 7 de Setembro e disse que a festa da independência é dos 215 milhões de brasileiros.
O petista e integrantes do comitê de campanha acompanharam os discursos de Jair Bolsonaro (PL). A avaliação é de que o presidente atacou a socióloga Janja, mulher do petista, ao dizer que a esposa, Michelle Bolsonaro, é uma mulher de Deus ativa na vida dele.
Para integrantes da chapa, a fala demonstraria desespero e baixaria e pode levar o presidente a perder votos entre as mulheres. O tom da resposta divide o comando da campanha.
Lula resiste à menções diretas à primeira dama, mas conselheiros do candidato afirmam que é necessário mostrar quem é quem e apontar, por exemplo, as suspeitas de que o ex-assessor da família, Fabrício Queiroz, teria depositado quase R$ 90 mil em cheques na conta dela.
A área jurídica da campanha vai à Justiça Eleitoral contra Bolsonaro e argumenta que houve abuso de poder econômico e político nos atos de 7 de Setembro em Brasília e no Rio de Janeiro. Segundo o petista, Bolsonaro usurpou o significado do desfile.
“Inclusive agora usurpando o 7 de Setembro do povo brasileiro, mas é uma coisa pessoal dele tratando o 7 de Setembro como uma coisa dele quando na verdade o 7 de Setembro é comemoração de uma festa de interesse de 215 milhões de brasileiros porque afinal de contas é a independência do nosso país”, afirmou.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou para apoiadores após a cerimônia oficial do bicentenário da Independência em Brasília. Com tom eleitoreiro, o chefe de Estado, nesta quarta-feira (7), disse que é obrigação de todos jogarem dentro as quatro linhas da Constituição.
“É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição. Com uma reeleição, nós traremos, para dentro dessas quatro linhas, todos aqueles que ousam ficar fora delas”, discursou Bolsonaro.
Ainda durante o discurso, o presidente aproveitou para exaltar a primeira-dama Michelle Bolsonaro, ocasião em que ambos se beijaram. Na sequência, ele gritou a expressão “imbrochável” repetidas vezes.
No Rio de Janeiro, Bolsonaro participou de uma motociata na praia de Copacabana. Ele também caminhou no meio da multidão e fez um discurso onde citou as ditaduras de esquerda na América Latina, na Venezuela, Cuba e Nicarágua, e atacou o adversário:
"O que todos esses chefes de Estado têm em comum? São amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil. Esse tipo de gente tem de ser extirpado da vida pública. "Não sou muito bem educado, falo palavrões, mas não sou ladrão”, afirmou.
Ciro Gomes
Ciro Gomes (PDT) se encontrou com o arcebispo de Mariana, Dom Airton José, no interior de Minas Gerais. Ele criticou o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PT) nos eventos de 7 de setembro.
“Espetáculo de vulgaridade de promiscuidade de uso despudorado do dinheiro do povo, que falta para tantos brasileiros famintos, pra fazer comício envolvendo todas as estruturas, inclusive da opinião publica internacional”, afirmou.
Simone Tebet
Simone Tebet fez campanha na cidade de Jaguariúna, no interior de São Paulo. A candidata do MDB também criticou o discurso de Bolsonaro, que comparou a esposa a outras primeiras-damas.
“Triste Brasil, que tem um presidente preocupado com a masculinidade enquanto o povo passa fome”, afirmou.
Soraya Thronicke
Soraya Thronicke (União Brasil) visitou a feira de artesanato de Embu das Artes, na Grande São Paulo. A senadora disse que não podemos admitir que façam do dia da Independência uma data eleitoreira.
“Não podemos admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança. Nem que façam do Dia da Independência uma data eleitoreira”, disse.