Em encontro com empreendedores no segundo dia de campanha eleitoral nesta quarta-feira (17), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com empresários e falou em criar um ministério da micro e pequena empresa, e prometeu isentar salários de até R$ 5 mil do Imposto de Renda. Enquanto isso, Jair Bolsonaro (PL) já começou a gravar os programas que vai exibir na propaganda eleitoral no rádio e na TV.
Lula marcou um encontro com a área que gerou no ano passado 8 de cada 10 empregos formais no país. O evento com micro e pequenos empresários em um hotel no centro de São Paulo é mais um sinal do candidato de que a criação de postos de trabalho, o crescimento da economia e redução da desigualdade social são a espinha dorsal do plano de governo.
O petista falou em "enquadrar bancos públicos" para negociar dívidas do setor e "criar o ministério da micro e pequena empresa”. Também fez um aceno para a classe média, com promessa de correção da tabela do imposto de renda.
“Hoje é R$ 1.900 que a pessoa está isenta, ou seja, é preciso que se discuta uma outra faixa, eu fico pensando por volta de R$ 5 mil”, disse Lula.
O comando da campanha de Lula classificou como "uma vitória" a repercussão da posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um dos objetivos do petista é colar em Bolsonaro o carimbo de antidemocrático, como estratégia para atrair votos do centro e de eleitores arrependidos do presidente.
“Bolsonaro estava incomodado. Ele ouviu tantas vezes a palavra democracia, tantas críticas ao autoritarismo, tanta crítica à fake news que ele estava muito incomodado. A cada discurso que fala um pouco de democracia era visível a cara dele de constrangimento.”
Lula participou do evento no TSE ao lado dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer, que ficaram posicionados de frente para Bolsonaro. Eles não conversaram enquanto dividiram uma sala reservada aos convidados. O petista aplaudiu o discurso de Alexandre de Moraes, que fez uma defesa enfática das urnas eletrônicas e da democracia. O novo presidente do TSE também afirmou que vai combater fake news durante a campanha e as eleições deste ano.
Bolsonaro com mais tempo
Com foco inicial na região Sudeste, a campanha pela reeleição do presidente Bolsonaro vai destacar ações econômicas e sociais do governo.
Além do corpo a corpo com os eleitores e da mobilização nas redes sociais, a campanha de Jair Bolsonaro conta com um tempo 9 vezes maior na propaganda eleitoral no rádio e TV. São 2 minutos e 42 segundos agora contra 18 segundos em 2018. Nesta quarta-feira, em uma produtora em Brasília, Bolsonaro gravou mais participações para o programa. Ele vai mostrar realizações do governo e comparar com os governos petistas. A primeira-dama Michelle Bolsonaro também vai aparecer na estreia, na próxima semana.
Apesar do discurso duro de Alexandre de Moraes ao assumir a presidência do TSE, a expectativa da campanha de Bolsonaro é por uma melhor relação com a justiça eleitoral. Militares consideram Moraes mais acessível e menos ideológico do que os ex-presidentes do tribunal Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.
Políticos do Centrão aconselham o presidente a buscar mais votos no Sudeste. Ele terá agendas em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro até sábado. Entre as prioridades, está consolidar o votos dos evangélicos.
Além da pauta de costumes, Bolsonaro vai defender ações econômicas e sociais do governo, como a redução no preço dos combustíveis e a distribuição de R$ 41 bilhões em ajuda aos mais pobres com o novo Auxílio Brasil de R$ 600, o vale gás de R$ 120 e o voucher de R$ 1 mil reais para caminhoneiros e taxistas.
Ciro Gomes e Simone Tebet em SP
Ciro Gomes fez campanha em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, ao lado do ex prefeito da cidade Elvis Cezar, que é candidato do PDT ao governo paulista. Ciro voltou a afirmar que se eleito vai criar um programa pra limpar o nome de brasileiros endividados. E disse que busca eleitores que não votam nem em Lula nem em Bolsonaro.
Simone Tebet visitou um hospital e maternidade na zona sul de São Paulo. A senadora do MDB prometeu dar transparência às emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, que destinam bilhões de reais a propostas nas áreas de saúde e educação, sem identificar os parlamentares beneficiados.
