Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedir que o relatório do Partido Liberal (PL) que coloca em dúvida a integridade do sistema eleitoral seja incluído no inquérito das fake news, o corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, deu 24 horas para a sigla se manifestar sobre o uso do fundo partidário na produção do documento.
O PL tem como principal filiado o presidente Jair Bolsonaro. Na última quarta-feira (28), um documento com o timbre do partido, mas sem assinatura, foi divulgado com o que o TSE considera como conclusões “falsas e mentirosas” sobre o processo eleitoral brasileiro. Segundo revelou a Folha de São Paulo, foram pagos R$ 225 mil na suposta auditoria.
“Tendo em vista determinação da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral, na data de 28 de setembro de 2022, requisito a Vossa Senhoria informações sobre o uso de recursos públicos oriundos do Fundo Partidário na contratação de serviços que resultaram no documento ‘Resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’”, escreveu Goncalves nesta quinta-feira (29).
Nota do TSE
Ontem, o TSE divulgou nota à imprensa para desmentir o relatório do PL, ocasião em que acusou o documento de conter “informações e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário”. Segundo a Corte, a intenção é tumultuar o curso do processo eleitoral, cuja data de votação será no próximo domingo (2).
Seminário com observadores internacionais
Mais cedo, em seminário com representantes de observadores internacionais que acompanharão as eleições, representantes do Judiciário e Congresso Nacional reforçaram a defesa à urna eletrônica e ao sistema eleitoral brasileiro. Alexandre de Moraes, presidente do TSE, disse que o exercício da democracia será garantido.
“A Justiça Eleitoral garantirá que o exercício da democracia se dê de forma segura e confiável”, afirmou Moraes. “Para que haja a verdadeira democracia, é necessário que haja plena segurança no exercício do direito de voto”, acrescentou.
Já Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, afirmou que a garantia das eleições cabe, “neste momento singular”, às forças de segurança.