PF investiga esquema de compra de votos por R$ 10,00 no Amapá

Prefeitura de Macapá é alvo de buscas nesta sexta-feira

Da Redação

Mandados de busca e apreensão são cumpridos em residências dos investigados Divulgação / PF
Mandados de busca e apreensão são cumpridos em residências dos investigados
Divulgação / PF

Em cumprimento a mandados expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, a Polícia Federal faz uma operação nesta sexta-feira (29) em Macapá. A investigação envolve crimes de compra de votos e transporte de eleitores, supostamente ocorridos nas eleições de 2020. 

Onze mandados de busca e apreensão são cumpridos  na sede da Prefeitura de Macapá e em residências de investigados, nos bairros Universidade, Beirol, Muca, Buritizal, Jardim Felicidade e Cabralzinho.

De acordo com a PF, a investigação iniciou durante o primeiro turno das eleições municipais de 2020, quando policiais federais abordaram um indivíduo (38 anos) no dia do pleito, nas proximidades do zerão, em situação suspeita de compra de votos. 

No veículo foi encontrado R$ 1.200,00 em espécie, além de “santinhos” de candidato à prefeito. 

Com o avanço, a PF identificou fortes indícios que o indivíduo atuava diretamente em campanha a favor de candidato, articulando a logística de compra de votos, tanto com dinheiro, quanto em cestas básicas. 

“Constatou-se também, indícios que um outro investigado, servidor público, era o responsável financeiro e ordenava a forma como seria realizado o acerto de abastecimento com os motoristas para o transporte e a compra de votos. Foi verificado que os investigados que organizavam o transporte ilegal de eleitores, possuíam um grupo em aplicativo de mensagens, que informavam a localização da fiscalização da PF nos bairros, no dia das eleições”. 

A PF afirma que os votos eram comprados por R$ 10,00 a R$ 30,00. 

A investigação apontou indícios que um dos operadores do esquema da organização atuava de forma a levar os eleitores até as seções, como maneira de pressioná-los a votar no candidato.

Os delitos apurados até o momento são associação criminosa, corrupção eleitoral e transporte ilegal de eleitores. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar a 18 anos de reclusão. 

O nome da operação, “e-Hailing”, segundo a PF, foi escolhido por significar o “ato de requisitar um “táxi” através de um dispositivo eletrônico, permitindo a busca por motoristas baseada na localização, em referência à utilização pelos investigados de serviços dessa natureza para o transporte de eleitores”.