Tem cinco coisas que eu aprendi e que me ajudam muito quando o noticiário está puxado e a gente não está conseguindo nem respirar com tanta notícia ruim: 1. procurar a companhia de amigos; 2. ter algum contato com a natureza; 3. fazer exercícios físicos; 4. ouvir música e 5. ajudar alguém de alguma forma, ou até as pessoas envolvidas nesse luto que mais nos chocou. Também vale fazer todas essas coisas ao mesmo tempo.
Eu tenho uma amiga que, hoje, está trabalhando, excepcionalmente, em um parque ecológico e ela aproveitou essa conexão, esse contato com a natureza para se recuperar de ter visto a morte de uma jovem de 24 anos, grávida.
Também tem uma coisa que dá para fazer e que não é fuga não, tá gente? Que é o seguinte: quando, realmente, você não está conseguindo dar conta de algo (o que é, simplesmente, uma confissão da incapacidade de lidar com algo) não se aprofunde, não leia todas as matérias a respeito, sabe? Porque a gente precisa saber o nosso limite.
Óbvio que é preciso estar informado sobre tudo, lutar contra as injustiças, tentar ajudar pessoas envolvidas, mas, em alguns momentos, a gente não consegue dar conta nem da gente mesmo, e reconhecer que algo nos afeta muito, pode ser, sim, uma forma de autoproteção.
Não apenas quando eu passei pelo luto da perda do meu marido, mas também em datas que são muito sensíveis para mim e para pessoas próximas a mim, eu procuro não ficar muito próxima do noticiário, procuro não ler o noticiário, não entrar demais nas redes sociais, se eu achar que aquilo vai me estraçalhar.
Então, essas cinco dicas de coisas que eu experimentei e que me ajudaram, e eu espero que ajudem as pessoas que, de alguma forma, estão cercadas por tantas tragédias todos os dias.
Eu sou a Veruska Boechat, a Doce Veruska, e Fica a Dica!