
O Brasil está no páreo para ser indicado ao Oscar. O filme “Ainda Estou Aqui”, é forte candidato para uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional. Caso a tendência se confirme nesta quinta-feira (22), esta será a quinta indicação do país ao prêmio.
O Brasil nunca foi premiado nesta categoria e nem nas outras às quais produções nacionais foram indicadas ao longo dos anos.
Entretanto, o país é o maior indicado entre os que a língua portuguesa é a mais falada. Um único filme em português venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional: “Orfeu Negro” (1959). Entretanto, apesar de se passar no Brasil, o longa é uma produção francesa.
O Brasil também tem uma única indicação ao prêmio de Melhor Filme, por "O Beijo da Mulher Aranha" (1986).
Relembre os quatro filmes brasileiros indicados a Melhor Filme Internacional e veja destaques do país em outras categorias.
“O Pagador de Promessas” (1962)
O primeiro filme brasileiro a ser indicado ao Oscar. Dirigido por Anselmo Duarte e baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes, o longa conta a história de Zé do Burro (Leonardo Villar), um homem humilde que faz uma promessa de que, se seu burro melhorar, ele carregará uma pesada cruz de madeira de sua casa até a Igreja de Santa Bárbara, em Salvador.
Entretanto, por ter feito a promessa a uma mãe de santo em um terreiro de Candomblé, ele enfrenta a resistência da igreja.
O filme perdeu o Oscar de Melhor Filme Internacional para “Sempre aos Domingos”, da França.
“O Quatrilho” (1995)
A próxima indicação nesta categoria veio décadas depois. Neste filme dirigido por Fábio Barreto e protagonizado por Gloria Pires e Patrícia Pillar, dois casais de uma comunidade de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul se unem para sobreviver.
Tudo se complica quando a mulher de um se apaixona pelo marido da outra, o que desencadeia uma séria de consequências complexas.
O longa perdeu o Oscar para “A Excêntrica Família de Antônia”, da Holanda.
“O Que é Isso, Companheiro?” (1997)
A terceira indicação do Brasil nesta categoria veio por meio de um filme inspirado em uma história real. O filme dirigido por Bruno Barreto narra o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, que ocorreu em 1969.
Curiosamente, uma das integrantes do elenco é justamente Fernanda Torres, que agora protagoniza “Ainda Estou Aqui”.
O longa perdeu o Oscar para “Karakter”, da Holanda.
“Central do Brasil” (1998)
Talvez o indicado brasileiro mais conhecido, “Central do Brasil” é lembrado sobretudo pela poderosa interpretação de Fernanda Montenegro, que a tornou a primeira atriz brasileira da história a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz.
No longa, Fernanda vive Dora, uma professora aposentada que escreve cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil. Um dia, ela conhece o menino Josué (Vinícius de Oliveira), cuja mãe morreu atropelada, e o ajuda a encontrar o pai no Nordeste.
O filme perdeu o Oscar para “A Vida é Bela”, da Itália.
Outras indicações ao Oscar
O Brasil foi destaque em outras categorias do Oscar, apesar de nunca ter levado a estatueta.
Um dos filmes mais reconhecidos foi “O Beijo da Mulher-Aranha”, que foi indicado a Melhor Filme, Melhor Diretor (Hector Babenco) e Melhor Roteiro Adaptado. O britânico William Hurt, que protagonizou o filme, venceu como Melhor Ator.
“Cidade de Deus” também foi bastante prestigiado pela premiação, sendo indicado a Melhor Diretor (Fernando Meirelles), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia.
Documentários brasileiros também já marcaram presença. Os filmes “O Sal da Terra” (2015) e “Democracia em vertigem (2020) foram indicados a Melhor Documentário.
O curta-metragem “Uma História do Futebol” (2001) foi indicado na categoria de Melhor Curta Live-Action e o longa “O Menino e o Mundo" (2016) foi indicado a Melhor Filme de Animação.